Após o fim segunda Guerra Mundial, deu-se início à denominada "Terceira Revolução Industrial", a qual produziu um grande desenvolvimento tecnológico e trouxe mudanças profundas no meio social e laboral. Nesse contexto, destaca-se a importância de se discutir doenças mentais na contemporaneidade brasileira, haja vista que esses transtornos da psique humana estão intimamente relacionados ao modo de vida acelerado da sociedade atual, tanto no meio social como no trabalho. Destaca-se, primordialmente, que a velocidade frenética das relações interpessoais e o aumento da subjetividade, na pós-modernidade, têm tornado a população brasileira mais suscetível às enfermidades psíquicas. Isso é, as relações líquidas (rápidas, passageiras e virtuais), definidas pelo sociólogo Zygmunt Bauman, não dão o aporte emocional adequado às vicissitudes do ser humano como as relações sólidas (duradouras e pessoais). Posto isso, fica evidente que a celeridade do mundo atual enfraquece as relações familiares e as amizades no dia a dia, sendo esse um dos fatores que conduzem ao isolamento social e, consequentemente, à depressão, a qual, segunda dados da Organização mundial da Saúde (OMS), acomete 20% da população mundial em algum estágio da vida e que na pior das hipóteses pode levar ao suicídio, o qual poderia ser evitado se fosse dada maior importância às doenças mentais da sociedade hodierna. Além disso, um outro fator que tem tido grande relevância na saúde mental dos brasileiros é o ambiente de trabalho. Em consonância com dados do Ministério da Saúde, os transtornos mentais são o terceiro maior motivo de afastamento do trabalho. Assim sendo, é indubitável que, no Brasil, as cobranças demasiadas, as elevadas cargas horárias, o assédio moral e sexual e as baixas expectativas de crescimento e remuneração têm deixado o trabalhador brasileiro suscetível aos transtornos mentais como ansiedade, estresse e depressão. Dessarte, faz-se mister que sejam tomadas providências com o fito de reduzir as doenças mentais na contemporaneidade e combater os motivos propulsores. Desse modo, é imprescindível que os Ministério do Trabalho e da Saúde, em conjunto com as indústrias, propiciem a melhoraria da qualidade de vida do trabalhador, com a flexibilização do horário de trabalho, a realização de campanhas de combate ao assédio moral e sexual no ambiente laboral e a implementação de projetos de valorização do funcionário, como a progressão de carreiras, a realização de eventos de entretenimento e a criação de espaços de descanso e relaxamento no local de trabalho. Destarte, além de melhorar diretamente a qualidade de vida do funcionário, de forma indireta, melhorará a produtividade dos funcionários e permitirá o fortalecimento das relações familiares do trabalhador, as quais ficam em cheque quando os pais estão com problemas no trabalho. Dessa maneira, será reduzido os casos de transtornos mentais na sociedade brasileira.