A contemporaneidade trouxe consigo a intensificação de alguns problemas relacionados ao desequilíbrio mental. Esse fato é reflexo de uma vida cotidiana mais frenética e agitada, e, muitas vezes, o indivíduo se vê diante de uma frustração ou cansaço com a própria vida, levando-o a desenvolver algum tipo de transtorno psicológico, como ansiedade ou depressão. Nesse sentido, algumas questões como o estigma social e o tratamento inadequado têm agravado a situação. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os transtornos mentais serão a principal causa de incapacitação no mundo em 2030. Nesse âmbito, a quebra do preconceito social faz-se crucial para que haja um maior entendimento e, consequentemente, uma maior seriedade diante de alguma patologia mental. Contudo, quando a pessoa apresenta algum tipo de distúrbio psicológico, ainda é frequentemente tachada de modo pejorativo como se a sua condição fosse um capricho ou uma fraqueza. Isso é ratificado pelo Presidente da Sociedade Espanhola de Psiquiatria, que aponta a recorrência da banalização desses transtornos. Outrossim, algumas consequências desse estigma social são vistas na dificuldade do indivíduo afetado em identificar o problema e buscar ajuda profissional. Em contrapartida, ao procurar assistência os tratamentos são, em sua maioria, ineficazes baseados apenas em medicamentos, deixando de lado a atenção terapêutica ao psicológico do sujeito que se configura como parte fundamental do processo de cura. Logo, os desdobramentos são percebidos nos altos índices de suicídio, que geralmente é resultado de um transtorno mental negligenciado, e que, de acordo com a OMS, está associado a doenças mentais em mais de 90% dos casos. Diante do exposto, os ônus da vida contemporânea ocasionou o aumento de transtornos psicológicos acentuados pelo preconceito social. Nesse contexto, é preciso que o Ministério da Saúde, responsável pela democratização social da saúde pública, realize campanhas sobre a relevância da saúde mental por meio da mídia e dos estabelecimentos públicos, como postos de saúde. Assim, será possível vislumbrar a redução dos índices de patologias mentais e suicídio, mediante o encorajamento do indivíduo para a busca de ajuda e tratamento adequados.