Assim como o preconceito que os indígenas sofriam dos europeus na colonização brasileira, por serem equivocadamente tratados como primitivos, as pessoas portadoras de doenças mentais, no limiar do século XXI, sofrem com o estigma social. Nesse cenário, é importante discutir os transtornos psíquicos para reduzir o preconceito e também para incentivar os necessitados a buscar ajuda profissional adequada. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 90% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. Esse dado alarmante decorre da falta de conhecimento a respeito de psicopatologias, o que leva a sociedade brasileira a excluir, indevidamente, os doentes mentais. Julga-se, por exemplo, que um esquizofrênico pode ser agressivo. Por sua vez, a verdade é que toda doença pode ser tratada e os portadores podem ter uma vida normal. Ademais, o referido estigma social pode impedir os necessitados a buscar ajuda. Eles pensam que serão tratados como loucos, serem hostilizados ou excluídos de seus círculos sociais. O fato é que se o problema não for tratado, ele pode se agravar a ponto do paciente cometer suicídio. Por isso, é importante debater a respeito das doenças mentais, acabar com o estigma que ainda está arraigado na sociedade brasileira e incentivar as pessoas a buscarem auxílio médico ou psicológico. Torna-se evidente, portanto, que medidas são necessárias para solucionar o impasse. Para isso, temos que acabar com o preconceito, existente desde o período colonial. Parafraseando George Santayana, "aqueles que não conseguem lembrar o passado, estão condenados a repeti-lo". Assim, o Ministério da Educação, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, deve organizar palestras, ministradas por médicos especialistas, nas instituições de ensino, voltadas para os alunos e seus pais, versando sobre os problemas de saúde mental. Só assim, com base na primeira lei de Newton, esse problema sairá da inércia.