É incontestável que, para alcançar o pleno exercício da cidadania, a população deve atuar efetivamente nas decisões políticas da nação. Todavia, quando se observa o desinteresse e a inércia popular em relação à política, no Brasil, hodiernamente, nota-se que, em razão de aspectos históricos, tal negligência colabora com diversos impactos negativos à coletividade, uma vez que promove a eleição de péssimos representantes ao poder e, consequentemente, a manutenção de problemas sociais. Em primeira análise, cabe pontuar que, no conceito de democracia, o povo deve exercer a soberania em uma nação. No entanto, em virtude de um passado marcado por regimes autoritários, a população brasileira não compreende a importância de sua participação para transformar a realidade do país, haja vista que a educação política, que proporciona tal poder de transformação, não é vista como prioridade pelos representantes populares que governam a pátria. Dessa forma, observa-se que há a necessidade de se buscar meios efetivos para a superação desse impasse. Ademais, convém frisar que, consoante o pensamento do historiador britânico Arnold Toynbee, o maior castigo para aqueles que não se interessam por política é serem governados pelos que se interessam. Nesse contexto, é possível afirmar que o desinteresse das pessoas em participar efetivamente de questões políticas promove, em muitos casos, a eleição de representantes que não atuam em prol do bem-estar da coletividade, visto que, atualmente, escândalos de corrupção na administração pública tornaram-se frequentes, fato esse que está intrinsecamente ligado à manutenção de mazelas sociais. Desse modo, percebe-se que há a indispensabilidade de, por meio da educação, atenuar esse problema. Destarte, indubitavelmente, medidas são necessárias para mitigar essa problemática. Para isso, é imprescindível que o Ministério da Educação crie projetos que visem educar politicamente a população e promover reflexões sobre a importância de sua atuação nas decisões governamentais, com o objetivo de direcioná-los às escolas de todo o país, por intermédio de palestras ministradas por sociólogos políticos e da implantação de debates periódicos entre alunos e professores, para que todos busquem refletir acerca da situação política nacional, com o propósito de que o tecido social, enfim, consiga exercer sua cidadania de maneira efetiva e, então, transformar a realidade do país.