Título da redação:

Boticário: mais que uma propaganda

Tema de redação: A homossexualidade nos dias atuais: direitos civis versus preconceitos da sociedade

Redação enviada em 23/10/2016

O livro “O Bom Crioulo” de Adolfo Caminha foi considerado um dos primeiro romances a tratar sobre o tema da homossexualidade, tendo o enredo recebido com escândalo pelo público. Entretanto, não é só na ficção que as relações homoafetivas são recebidas com revolta, a LGBTfobia é um fato consolidado no âmago da sociedade brasileira contemporânea. Diante disso, embora muitos direitos tenham sido conquistados nas últimas décadas, o preconceito ainda é uma mazela que está intrinsecamente ligada à realidade nacional. Assim, suas causas e consequências devem ser analisadas. É válido considerar, antes de tudo, a violência velada como impulsionadora dessa problemática. A pouca representatividade, aliada as piadas e ações discriminatórias, dos homossexuais nos diversos âmbitos da sociedade fere os direitos desse grupo garantidos na Constituição de 1988, além de se caracterizar como, segundo Pierre Bordieu, uma violência simbólica, por atingir a moral e o psicológico do indivíduo. Assim, embora a homossexualidade não seja mais considerada uma doença pela OMS, desde 1990, ainda é possível notar a coerção que essas pessoas sofrem. Isso pôde ser visto na propaganda do Boticário no Dia dos Namorados em 2015 que mostrava relações homoafetivas, causando forte repercussão no país. Outrossim, cabe destacar os homicídios contra homossexuais. De acordo com o Grupo Gay da Bahia, a mais antiga entidade do gênero no Brasil, mais de 318 homossexuais foram mortos em 2015. Assim, embora direitos tenham sido conquistados, como a adoção do nome social, ainda é possível ver casos como o do menino Alexandre Ivo que foi assassinado em 2010 apenas por ser homossexual. Desse modo, o fato social dito por Durkheim se encaixa perfeitamente nesse contexto, haja vista que a coercitividade da sociedade frente aos homossexuais é a base para o preconceito e homicídios. Fica evidente, portanto, que a LGBTfobia ainda persiste no Brasil contemporâneo. Para atenuar essa problemática, é necessário que o combate à homofobia se faça amplo na sociedade, seja no ambiente escolar, seja na cidade com um todo. A atuação do Estado, aliado às ONGs, ao Ministério da Educação e as mídias, é fundamental para a diminuição do preconceito, por meio, por exemplo, de campanhas. Ademais, é importante que os Três Poderes atuem na implantação de leis contra a homofobia e que os direitos já conquistados sejam mantidos, além de coibir a impunidade, isso pode ser realizado especializando a polícia e incentivando a denúncia. Só assim, casos como de Amaro de “O Bom Crioulo” não serão vistos como escândalo, mas como uma forma de liberdade de expressão na identidade de gênero. Corretor (a), tudo bem? Me ajuda, por favor, nesse título, tá muito ruim...