No livro Bom Crioulo - de Adolfo Caminha, Amaro e Aleixo vivem um romance homossexual. A história escandalizou a sociedade da época, não pelo fato do homossexualismo, mas pelo ato de se escrever sobre o mesmo. Século e décadas se passaram desde a publicação da obra, porém, a sociedade inda encontra dificuldades em aceitar o fato, deixando-os à margem da lei. Quando se tem, desde um membro da família até um simples conhecido, é utópico afirmar que a aceitação aconteça de forma natural, sem uma preocupação extra com as conseqüências dessa escolha.Serão necessárias diversas adaptações : por parte dos que convivem com o homossexual, o respeito e compreensão por sua orientação. Por parte do homossexual, respeito e a compreensão que as suas diferenças não devem agredir a orientação da maioria. É uma linha tênue e muitas vezes não se consegue distinguir seus limites. Entretanto, reside nessa tenuidade um certo oportunismo, como foi visto recentemente. Na parada gay, evento realizado em São Paulo, alguns homossexuais compararam-se a Cristo sendo crucificado, enquanto outros masturbavam-se com imagens santas diante de uma multidão de pessoas, repórteres e até crianças. Os conservadores se utilizam imediatamente desse tipo de comportamento para justificar a marginalização dos mesmos. Porém, mesmo diante de todas as dificuldades, muitos direitos - como o casamento, já foram garantidos aos homossexuais. Mas para a garantia de futuros direitos - como a criminalização da homofobia, os requerentes também devem respeitar a sociedade a qual fazem parte. Diante do exposto,a solução para o impasse envolve a participação de vários agentes como Estado, sociedade e homossexuais. Ao Estado cabe continuar fazendo a sua parte, em não utilizar como argumento a orientação sexual do indivíduo para lhes aplicar leis e direitos diferentes, reforçando essa igualdade através de campanhas e propagandas. À sociedade resta respeitar as diferenças e não esquecer de sentimentos universais como o amor e a compreensão, iguais à qualquer orientação. Aos homossexuais vale ressaltar que o respeito, é um sentimento de mão dupla, e eles podem sim viver suas paixões como Amaro e Aleixo, mas sob os mesmas amarras dos direitos e deveres dos demais indivíduos da sociedade.