A repercussão causada pela propaganda dos Dias dos Namorados do Boticário afirma que a sociedade não é vanguardista o suficiente para aceitar as diferentes formas de uniões. Por isso, o preconceito ainda insiste em tirar das pessoas a liberdade de escolha da sua opção sexual. Acontece que se os pais continuarem fechando os olhos dos filhos na hora do beijo gay, a tolerância passará longe de suas casas. Assim, o conservadorismo das famílias minimiza a possibilidade de uniões incomuns, além de escancarar o preconceito contra homossexuais. E os direitos desses ficam corrompidos pelo desrespeito incompatível com uma sociedade tão evoluída intelectualmente, por mais que existam exceções, como Holanda e França. Nesses países, vai se aprendendo aos poucos o quanto é melhor se valorizar a felicidade, ao invés de seguir padrões tradicionais e moralistas. Essa era a intenção da campanha “Casais” do Boticário. Porém, os protestos, ameaças e denúncias contra a propaganda deixam claro a falta de modernidade de avós e pais. O pior é a ausência de uma educação baseada no respeito à diversidade. Os pais induzem as crianças a verem de forma preconceituosa o casal de lésbicas ou mesmo impedem os adolescentes de assistirem a novela por ela apresentar diferentes formas de uniões. Se isso continuar, dificilmente os direitos dos homossexuais serão respeitados e apelidos, como bicha, baitola e veado, continuarão tirando das pessoas a liberdade de amarem como bem entenderem. Assim, se a homofobia é predominante, é por culpa de pais permissivos na hora de filmes violentos, mas insolentes quando o assunto é aceitação sexual. Em suma, é de extrema importância a presença de mães e pais modernos e conscientes com relação à tolerância. Ao Estado cabe incentivar a produção de campanhas, como O Boticário fez, a fim de valorizar os direitos de casais homoafetivos. Se família, publicidade e escola trabalharem em prol do respeito, os pais não se constrangerão ao assistir com o filho o beijo das lésbicas.