Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A Escravidão contemporânea e seus Efeitos no Brasil

Redação enviada em 09/06/2018

Quando se fala em escravidão, é natural olhar somente para o passado do Brasil, no qual ela era a principal mão-de-obra durante o Período Colonial e o Império. Entretanto, ela faz-se presente no país hodierno, mesmo depois da criação de leis trabalhistas sancionadas desde o governo de Getúlio Vargas até a atual Constituição Cidadã. Nesse contexto, é imprescindível discutir como não só a desigualdade social, como também a ausência de um Estado efetivo contribuem para a problemática, apontando as consequências dela. Mormente, é ingênuo acreditar que o combate à escravidão é pauta relevante para o Estado. Com efeito, as operações de fiscalização caíram mais de 70% durante os últimos quatro anos, segundo dados do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos). Percebe-se, portanto, a inadmissível falha do poder público em cumprir com os preceitos contidos na própria Carta Magna do país. Consequentemente, sem a devida fiscalização, adultos e até crianças permanecem nesse ciclo de exploração, já que tal atividade desumana dificulta a escolarização e, concomitantemente, a ascensão social desses cidadãos. Ademais, é indubitável que a desigualdade, tão característica do Brasil, é fator essencial para a continuidade da escravidão. Sob tal ótica, Karl Marx, sociólogo e filósofo do século XIX, já afirmava que as desigualdades tendem a permanecer, na medida em que a riqueza de uma nação aumenta, mas não é distribuída igualmente. De fato, apesar de possuir inúmeras riquezas naturais e o maior PIB sul-americano, a exclusão social é uma chaga no país. Como resultado, sem condições de sustentar a família, indivíduos submetem-se à exploração, como ocorreu com trabalhadores da empresa de roupas Animale em 2017, onde a jornada de trabalho chegava a doze horas em um ambiente insalubre. Destarte, ficam axiomáticos os desafios que a exclusão social e o Estado apresentam para o combate à escravidão contemporânea. Urge, assim, que o Ministério da Justiça, em parceria com a mídia, efetivem medidas para a identificação desse crime e incentivo à denúncia, por meio não só da destinação de uma porcentagem mínima da arrecadação dos impostos públicos para a fiscalização, como também comerciais televisivos, os quais levem informação, levantamentos de dados e relatos reais com a divulgação de canais de denúncia. Somente com essas medidas, a escravidão ficará somente no passado do país.