No século XIX, o poeta Castro Alves escreveu o poema "O navio negreiro" que denunciava a escravidão e o tráfico de africanos para o Brasil. Hoje, apesar do lapso temporal, infelizmente essa exploração ainda persiste, mesmo que de forma diferente. Nesse sentido, deve-se discutir as circunstâncias dessa problemática, bem como propor medidas para superá-las. Em primeiro plano, os escravos modernos são levados a locais distantes, longe da família, onde viverão em condições desumanas sob regime de trabalho degradante e privação de liberdade. Nessa perscpectiva, a pobreza e a falta de oportunidades aumenta a vulnerabilidade à violação da dignidade humana, uma vez que os aliciadores enganam pessoas simples e imigrantes com falsas promessas de trabalho, bons salários e ascensão social. Assim, mesmo sem relação a cor da pele, o abuso de raízes colonial e imperial ainda existe no país, e significa um retrocesso com o compromisso histórico de erradicar a escravidão. Ademais, no ano de 1995, o Brasil admitiu a realidade da existência de exploração trabalhista e iniciou o combate. Indubitavelmente, é inadmissível e vexatório que mesmo depois de mais de 20 anos ainda persista a escravidão moderna. Insta salientar, todo o dinheiro gasto em fiscalização poderia ser investido na melhoria de índices socioeconômicos e na superação da desigualdade, a qual é fator determinante para a existência do ciclo. Dessa forma, é urgente sanar a escravidão contemporânea no Brasil. A sociedade deve boicotar, ou seja, não adquirir produtos/serviços de empresas que utilizem trabalho análogo ao escravo, a fim de afetar a origem, a sustentabilidade dessas firmas. Como também, é necessário que o Governo Federal dê assistência aos trabalhadores libertos, oferecendo alojamentos, pagamentos de direitos e qualificação profissional,para que não voltem a mesma situação e reinseri-los socialmente.