O período colonial no Brasil, em meados dos séculos XVI e XIX, foi marcado pela imposição de trabalho forçado e tráfico negreiro. Embora date de séculos atrás, o trabalho escravo no país, em pleno século XXI, sugere os mesmos aspectos de sua origem: condições sub-humanas de serviço e violência. Nesse contexto, a problemática instala-se, seja por insuficiências governamentais, seja por fatores sociais. Primordialmente, é válido salientar que segundo Aristóteles, a poética deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que no Brasil o trabalho escravo rompe tal harmonia, haja vista que, embora previsto em lei desde 1888 o fim da escravidão e a Consolidação dos Direitos Trabalhistas em 1943 por Getúlio Vargas, são persistentes as situações de cidadãos que realizam suas atividades em ambientes semelhantes ao período escravista. Ademais, a falta de qualificação profissional e o desemprego, dão subterfúgio à situação vigente, haja vista que, muitas pessoas, principalmente das áreas rurais, são aliciados pelos “gatos”, indivíduos que fazem promessas de trabalhos e condições de vida melhores aos ruralistas, contudo, ao chegarem aos locais, geralmente isolados, se deparam com ambientes inóspitos, horas exaustivas de trabalho e constantes ameaças – gerando sequelas físicas e psicológicas nas vítimas. Outrossim, não é preciso ir tão longe, nos âmbitos urbanos isto também ocorre, mais frequente na indústria têxtil e civil. Segundo ideário marxiano, houve uma inversão de valores, o homem foi rebaixado à condição de objeto e a mercadoria a, humana. Desse modo, lojas de grande conceito nacional, como a Renner, que mesmo após ser denunciada por estar envolvida em situações de trabalhadores que realizam seus serviços de forma irregular, as pessoas continuam adquirindo os produtos dessa grande varejista, mesmo sabendo da possibilidade de o produto ser advindo de mão de obra escrava. Portanto, a fim de reverter essa adversidade, é necessário que o Ministério da Educação atue em parcerias com ONG’s nas áreas rurais com o fornecimento de cursos gratuitos ensinando técnicas, voltadas para a área agrícola, como a utilização de máquinas tecnológicas, possibilitando uma melhor qualificação profissional, e, consequentemente, maior ascensão no mercado de trabalho. Além disso, é imprescindível que o governo intensifique a fiscalização, tanto nos meios rurais, quantos nos urbanos. Dessa forma, o país alçara a verdadeira posição de Estado democrático de direito.