A tela "A negra", pintada por Tarsila do Amaral em 1923, retoma a lembrança de um passado triste e melancólico dos escravizados no Brasil, aos quais foram utilizados de maneira abusiva por seus patrões. Embora, a escravidão tenha sido abolida em 1888, através da Lei Áurea, o cenário de um trabalho forçado e jornada exaustiva não estão distantes da atualidade. Aliás, esse fenômeno está relacionado principalmente por razões de dívida, imigração e aprisionamento. É importante citar, de início, as causas que tem favorecido a exploração de indivíduos a uma condição análoga de escravo. Esses fatores podem ser associados à história de Solomon Northup, que foi um negro livre nascido no Estado de Nova Iorque, porém, foi sequestrado em Washington, D.C. em 1841, e vendido como escravo, passando a prestar serviços em plantações. Da mesma maneira, muitos são vítimas do tráfico de pessoas e obrigados a migrar de maneira forçada, tendo, então, seus direitos violados. Ademais, há situações que estrangeiros deixam suas casas com falsas promessas de encontrar uma vida mais benéfica e terminam na servidão por dívida. É fundamental pontuar, também, as condições de trabalho que o escravizado precisa enfrentar. Essa realidade foi representada pelo personagem Prudêncio, escrito por Machado de Assis, na obra literária "Memórias Póstumas de Brás Cubas", na qual, o narrador descreve a maneira como tratava seu escravo: com muita agressão e desrespeito. Igualmente, os escravos da contemporaneidade sofrem violências físicas ou psicológicas e, além disso, não possuem condições de deixar o local, pois são ameaçados e mantidos em cativeiro. Em razão aos fatos mencionados, cabe ao Governo Federal investir em uma boa higienização dessa crueldade. Primordialmente, investigar a origem do trabalho escravo e esse tipo de exploração, com o apoio do Ministério da Justiça. Segundamente, por meio do Departamento de Policia Federal, supervisionar de modo permanente todos os Estados do Brasil, com prioridade a regiões de pecuária e indústrias têxteis. E por fim, oferecer assistência a trabalhadores libertos, com ajuda financeira e políticas públicas. Sendo assim, é possível prevenir, pois a ação visa atacar a origem dessa escravidão e dissolver os serviços já existentes e, por conseguinte, para que a sociedade brasileira possa passar a observar a tela de Tarsila do Amaral e poder afirmar que tal realidade ficou para traz.