A escravidão é, em pleno século XXI, uma triste realidade no Brasil. Dessa forma, isso deve ser enfrentado, haja vista que compromete garantias constitucionais de milhares de cidadãos. Por isso, faz-se necessária uma análise dos caminhos a serem tomados na luta contra esse mal. Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que a Constituição Federal de 1988 estipula os princípios da liberdade e da dignidade humana como garantias fundamentais do indivíduo. Destarte, o Estado tem o dever de fazer cumprir essa determinação. Todavia, isso parece não estar acontecendo no Brasil atualmente, pois, de acordo com dados do Instituto de Estudos Socioeconômicos, 70% dos recursos da Secretaria de Inspeção do Trabalho foram cortados no contingenciamento de gastos de 2017. Logo, isso evidencia a falha do Poder Público no combate ao trabalho escravo no país. Nesse contexto, vale lembrar que os poderes político e econômico encontram-se intimamente ligados numa relação desarmônica que, na maioria das vezes, favorece o capital em detrimento da justiça social. Aliás, conforme Karl Marx, a desvalorização do mundo humano aumenta proporcionalmente com a valorização do mundo das coisas. De fato, percebe-se que, na atual conjuntura excludente, o poder do Estado Mínimo é medido apenas por sua capacidade de atrair investimentos. Por conseguinte, milhares de brasileiros continuam a viver em situação de escravidão, devido à negligência das autoridades competentes. Fica claro, portanto, que essa conjuntura precisa mudar. Como forma de garantir isso, é mister que o Governo Federal, em parceria com estados e municípios, para um amplo alcance, invista na contratação e treinamento meticuloso de mais agentes responsáveis pela fiscalização das condições de trabalho no país, por meio da realização de concursos, com a finalidade de combater a escravidão com mais eficácia. Em consonância, as ONGs têm o papel precípuo de pressionar os congressistas, com abaixo-assinados e manifestações, no intuito de agilizar a tomada de medidas contra esse mal. Assim, o Brasil poderá se tornar uma nação realmente desenvolvida, mais igualitária e coesa.