Trabalhar inúmeras horas por dia, viver em condições insalubres e por meio de dívidas; esses são predicativos que se assemelham à escravidão, que em 1888 foi abolida no Brasil por meio da Lei Áurea. Todavia, o trabalho análogo à escravidão é um problema que não foi abolido de parte do povo brasileiro e, infelizmente, persiste na sociedade atual. Isso ocorre devido a vários fatores, como a pouca fiscalização e a falta de informação. Sabe-se que a pouca fiscalização é um agente que contribui com a escravidão contemporânea. Como prova disso, uma estatística, divulgada pelo Inesc, mostra que em quatro anos o número de operações para combater o trabalho escravo teve um declínio de mais de 50%. Dessa forma, entende-se que a redução dessas operações faz com que seja mais difícil retirar o trabalhador do trabalho análogo à escravidão e evitar que outros sejam "escravizados". Isso constata que a pouca fiscalização é um fator de extrema importância na piora desse quadro. Além disso, a falta de informação é outro agravador da escravidão contemporânea. Como prova disso, pode-se analisar uma estatística, realizada pelo MTE, a qual mostra que o maior contingente de trabalhadores "escravizados" nos últimos anos são do Tocatins, além de revelar que esses trabalhadores são desprovidos de uma grande quantidade de informação, comprovando a realidade apresentada na novela "O Outro Lado do Paraíso", que inseriu o trabalho análogo à escravidão na sua trama, mostrando que os trabalhadores, muitas vezes, não notam que seus direitos estão sendo reprimidos e que chegaram lá com outros objetivos. A despeito disso, observa-se que se esses trabalhadores fossem melhor informados a respeito das falsas propostas de empregos, a triste veracidade apresentada nessa novela não persistiria na sociedade atual. Isso revela que a falta de informação é um grave fator que corrobora esse problema. Diante da pouca fiscalização e da falta de informação, entende-se o porquê da escravidão contemporânea persistir. Logo, a Secretaria de Inspeção do Trabalho deve aumentar a fiscalização, por meio de mais investimentos nessas operações, com o intuito de que mais trabalhadores sejam resgatados e outros não sejam "escravizados". Além disso, a mídia deve realizar propagandas e programas que retratem o trabalho análogo à escravidão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, com o objetivo de instruir a população a respeito de como ocorre a escravidão contemporânea e como evitá-la.