Embora na teoria tenha sido abolida coma lei Áurea em 1888, a escravidão permanece presente na sociedade contemporânea, porém, disfarçada de trabalho. O chamado trabalho análogo à escravidão foi a forma de enquadrar a escravidão atual na legislação. Essa realidade permanece intrinsecamente ligada à sociedade brasileira atual, em decorrência da irresponsabilidade do Estado aliada a falta de conhecimento e atitude do restante da população. Convém ressaltar, a princípio, a irresponsabilidade governamental como dificultador na busca pela resolução do problema. Uma questão importante é a fiscalização, que ajuda a identificar tais condições de trabalho, assim, a Justiça pode tomar as devidas providências para punir esses "empregadores". Porém, na prática, não é o caminho tomado, segundo o Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), 70% dos recursos destinados à Secretaria da Inspeção do Trabalho foram cortados em 2017, e o número de operações caiu mais de 50%. Assim, a escravidão contemporânea não será resolvida. Em segunda análise, observa-se primeiramente, a falta de conhecimento da população sobre seus direitos trabalhistas, que por conseguinte, facilita a exploração por parte dos patrões, e termina com trabalhadores sendo obrigados a trabalhar em condições cruéis por um salário miserável. Por outro lado, existe uma parcela da sociedade com entendimento da situação, que no entanto, não contribuem com o Estado denunciando quando presenciada uma situação de trabalho análogo a escravidão. Consequentemente, a escravidão continua viva. É evidente, portanto, que medidas são necessárias para se reverter o quadro. O Estado como um todo, deve aumentar a verba para fiscalização e descobrimento desses crimes, diminuindo os gastos em outros setores, como na despesa parlamentar, e também, é preciso que o legislativo elabore punições mais rigorosas para esse tipo de desrespeito com o ser humano. Juntamente, o Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Terceiro Setor, deve implementar palestras na rede pública e privada de ensino, e também, publicar anúncios nos diversos meios de comunicação como internet e TV, com o objetivo de informar a população sobre a atual presença do trabalho escravo na sociedade, e conscientiza-lós sobre a importância da denúncia de tais atos. Assim, contribuindo para uma sociedade mais harmônica e democrática.