Sabe-se que na Grécia Antiga a escravidão era por dívida ou pela captura de guerreiros. Nesse âmbito, é visível uma subordinação devido a fatores éticos e sociais. Entretanto, atualmente no Brasil, nota-se uma subordinação configurada pelo sistema econômico vigente. Nesse contexto, observa-se, infelizmente, que o complexo neoliberal, o qual defende a mínima intervenção estatal na economia e a desvalorização do trabalhador, e a postura governamental brasileira frente às estratégias capitalistas corroboram a existência da atemporal escravidão. É indubitável que as raízes do neoliberalismo justificam a proposta do sistema. Conforme fontes históricas, constata-se que o termo tivera origem no Consenso de Washington nos Estados Unidos, isto é, no país símbolo do capitalismo. Com isso, outros países, inclusive o Brasil, aderiram ao sistema devido à influência estadunidense. Nesse ângulo, a aplicabilidade do neoliberalismo gerou a valorização do capital e das empresas, assim como promoveu a invisibilidade de questões sociais como os direitos trabalhistas. Nessa perspectiva, é notório que os empregadores passam a ser protegidos, enquanto os empregados tornam “peças” de um jogo econômico os quais são dominados pelos jogadores e podem ser descartados a qualquer momento. Nesse viés, percebe-se a atuação positiva do governo no que tange à permanência da atual escravidão no Brasil. A recente proposta de Temer da Reforma Trabalhista que visa, principalmente, flexibilizar as leis trabalhistas, contribuirá com o problema. Afinal, os trabalhadores estarão mais sujeitos a jornadas exaustivas e a direitos trabalhistas restritos – características da escravidão. Dessa forma, a desigualdade social e o neoliberalismo são fortalecidos. Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Nesse parâmetro, é preciso que as pessoas mudem o comportamento diante da problemática e passem a escolher melhor os seus representantes por meio do voto nas eleições, optando por aqueles que valorizam mais as questões sociais a fim de ter um governo que promove princípios da equidade social. Outrossim, com o fito de ajudar nas escolhas representativas dos cidadãos, é importante que os centros educacionais criem matérias específicas que trabalham a educação política por meio do método socrático – diálogos, interrogações, reflexões e propostas-solução para o problema. Assim, poder-se-á um dia, combater a escravidão moderna no Brasil, atuando nos seus propagadores.