Título da redação:

A valorização igualitária do trabalhador: o exemplo bussular Freiriano a serventia da nação brasileira.

Tema de redação: A Escravidão contemporânea e seus Efeitos no Brasil

Redação enviada em 03/05/2018

O pedagogo Paulo Freire descreveu no livro “A importância do ato de ler” a sua experiência em São Tomé e Príncipe no ensino da leitura e no reconhecimento cultural da própria nação pelo povo, tendo em vista, uma sociedade de valores igualitários que supere a escravidão ainda presente naquele país. Já no contexto brasileiro, o combate à escravidão não recebe atenção proporcional ao problema vigente que culmina na exploração do trabalho nos setores de produção primária (industrial e rural) no abastecimento econômico, além de impossibilitar a autonomia política e intelectual. Primeiramente, a terceirização do trabalho no setor de produção industrial abre margem para a contratação de indivíduos de baixa especialização profissional. Para o sociólogo Tiago Rangel, esse impasse é uma das causas para o trabalho escravo no setor primário de produção. Dessa maneira, é possível deduzir que a baixa fiscalização no combate ao trabalho escravo constatada no governo de Michel Temer facilita a contratação industrial de indivíduos com perfil profissional precário com ênfase no lucro. Assim, estabelece-se uma relação desse funcionário com o conceito marxista da mais-valia (lucro obtido pelo gasto mínimo com os meios de produção e o valor do trabalho do empregado) na produção industrial, ocasionando em trabalho escravo. Ao lado disso, as pessoas que são libertas do trabalho escravo, em sua maioria, não exercem autonomia política (conhecimento acerca dos próprios direitos civis). Com isso em mente, o programa Escravo, nem pensar! relata que o trabalhador liberto da escravidão, durante a sua formação intelectiva, não recebe informação suficiente sobre seus direitos de cidadão. Por conseguinte, esse indivíduo fica vulnerável a um novo aliciamento para ser escravizado, semelhante ao ciclo do trabalho escravo (sujeito liberto da escravidão, mas não possui amparo governamental no subsídio financeiro e especialização profissional, logo, por sobrevivência, aceita um trabalho análogo ao escravo). Cabe, como medida, portanto, aos governos estaduais destinarem verbas exclusivas para a criação de cursos e programas de especialização profissional no setor de produção industrial, objetivando a valorização do capital trabalhador. Ademais, as ONGs, em parceria com as universidades, devem criar rodas de debates, palestras e seminários com os trabalhadores libertos da escravidão no intuito de esclarecer sobre seus direitos civis e trabalhísticos. Paralelo a isso, os governos municipais deverão criar bolsas de subsídio financeiro por meio do aumento das finanças destinado a esse fim, com o intento de amparar os trabalhadores libertos da escravidão. Desse modo, o trabalho Freiriano serve como bússola à nação brasileira, o qual valoriza igualmente qualquer trabalhador.