Título da redação:

A escravidão camuflada pelo dinheiro

Tema de redação: A Escravidão contemporânea e seus Efeitos no Brasil

Redação enviada em 21/10/2018

Os escravos eram pessoas privadas de liberdade, que se submetiam à vontade de um senhor, a quem eles pertenciam. Eles eram explorados, torturados e mal tratados pelos seus senhores. A título de exemplo, tem-se a passagem do livro “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis: “Prudêncio [...] era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o [...]”.Contudo, desde a lei Áurea, em 1888, a escravidão foi abolida no Brasil. Pelo menos, em teoria, haja vista que milhares de pessoas, ainda, vivem em situação análoga a escravidão, a chamada “escravidão contemporânea”, que permanecerá, caso nada seja feito a respeito. No último dia 5, o Ministério do Trabalho divulgou uma versão atualizada da “Lista Suja”, que contém o nome de 209 empresas acusadas de praticar escravidão. Dentre elas, 186 doaram uma quantia total de 10,7 milhões de reais a 142 candidatos, que aprovaram a portaria 1129/2017, responsável por tornar, quase, impossível a libertação de escravos. Ou seja, o Estado, que deveria assegurar os direitos humanos a todos os cidadãos, foi subornado para que empresas escravagistas pudessem ganhar por meio da exploração de trabalhadores. Como consequência disso, quase 160 mil trabalhadores, de acordo com as estimativas da Walk Free Foundation, vivem em condições degradantes, sem água potável, comida ou higiene; Trabalhando jornadas exaustivas, com restrição ou impedimento de locomoção e, na maioria das vezes, sem remuneração. Isto é, milhares de pessoas estão sendo tratadas como objetos, correndo o risco de morrer a todo tempo e sem nenhuma saída, tendo em vista as ameaças, os assassinatos e a tortura cometida pelos senhores contemporâneos. Infere-se, portanto, que a escravidão contemporânea fere a todos os direitos humanos e é inadmissível. Sendo necessário que, primeiramente, o Ministério Público investigue a “doação” recebida pelos candidatos, punindo-os com a cassação do mandato e com uma quantia proporcional ao recebido. Além disso, a Subcomissão Permanente de Combate à Escravidão, utilizando-se daquela quantia do processo, deve aumentar o número de fiscalizações, principalmente, em regiões, em que a escravidão é mais recorrente, a fim de aumentar as libertações de escravos e a apreensão de responsáveis.