A partir do avanço da globalização no território brasileiro, ao longo do século XX e XXI, endemias tropicais advindas de outras nações têm aportado em solo nacional e requerido medidas urgentes de controle. Diante disso, o crescente número de patologias associadas ao mosquito Aedes Aegypti, a saber: Dengue, Zika vírus e Febre Chikungunya, reflete essa realidade calamitosa. Nessa perspectiva, é valido analisar a eficácia das ações de combate ao vetor em âmbito sócio-urbano, pelo baixo grau de intervenção, e domiciliar, pela deficiência educacional. É importante salientar o processo de formação do Brasil como precursor da problemática, uma vez que a urbanização ocorreu de modo desordenado. Em consequência, a aglomeração de lixo e os poucos cuidados residenciais ainda persistem em parte do território, o que resulta na proliferação do vetor. Conforme elucida Caio Prado Júnior, sociólogo brasileiro, o caráter colonial ainda permanece na estruturação da sociedade. Além disso, muitas propriedades abandonadas ou negligenciadas nos espaços urbanos servem de berçário para as larvas do mosquito, já que o acesso é, por vezes, difícil ou impedido pelo proprietário, o que inviabiliza as ações de combate já existentes. Desse modo, é perceptível que o processo histórico nacional é agravado pela falta de colaboração de parcela dos setores privados e públicos. Outrossim, destaca-se os diversos casos de Microcefalia, Chikungunya e Dengue como consequências diretas dos agentes etiológicos espalhados pelo Aedes Aegypti. Por conseguinte, há um aumento da mortalidade infantil e do grau de inviabilização de parte da população, já que os sintomas comuns, como a artralgia, impedem a produção de capital e trazem consigo enormes gastos ao Governo. Convém ressaltar que, apesar da abordagem da mídia acerca do assunto, a conscientização plena da sociedade se encontra distante, o que gera um estado de medo generalizado. De acordo com a teoria materialista de Karl Marx, a sociedade é produto das circunstâncias e da educação. Assim, evidencia-se a importância da prática educacional efetiva, transpondo cartazes e propagandas, como alternativa de enfretamento a essa circunstância adversa. Entende-se, portanto, que a historiografia do país atua como fator primordial para a persistência do mosquito, pela qual pode ser revertida com ações intervencionistas e educativas. Para tanto, a fim de atenuar o problema, o Governo Federal, aliado ao Judiciário, deve permitir, em longo prazo, a entrada de agentes responsáveis em estabelecimentos fechados e de risco, por meio da expedição de alvarás específicos. Ademais, é urgente a sinergia entre escolas e famílias na instrução da comunidade, por intermédio de especialistas no combate ao vetor, em fóruns e oficinas de discussão periódica.