Erradicado nos anos de 1950 e 1970, o mosquito vetor de muitas viroses nocivas à saúde do ser humano, chamado Aedes aegypti voltou a circular pelo Brasil a partir de 1980. Desde então, esse vetor tem sido selecionado natural e artificialmente, proliferando em maior quantidade os mais resistentes e transmitindo vírus ainda mais letais ao humano. Tendo em vista o bloqueio da transmissão de um desses vírus, o zika, que tem sido o mais problemático, atualmente está sendo reforçado o incentivo do combate ao mosquito, principalmente após surtos de bebês nascidos com microcefalia, cujas mães foram infectadas durante a gestação. Nesse sentido, as gestantes têm se tornado o maior alvo das ações de prevenção contra as picadas, como a distribuição gratuita de repelentes, a enfatização midiática em torno delas, a propagação de melhores orientações, atingindo maior conscientização. No entanto, o número de casos tem aumentado incessantemente, segundo o Ministério da Saúde. Em detrimento disso, a diretora da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan, decretou emergência internacional na saúde pública, com o intuito de evidenciar a necessidade urgente de maior eficácia, sobretudo, das medidas de prevenção e das pesquisas científicas. Além do surto de microcefalia, a síndrome de Guillain Barré também tem acometido um número crescente de indivíduos infectados pelo zika vírus, e, infelizmente, isso não tem a devida atenção da mídia, e, se estivesse sendo informado adequadamente à população, poderia influenciar positivamente na eficácia do combate ao mosquito, pois, assim, os brasileiros teriam um motivo a mais para seguir as orientações de controle do vetor em suas residências. Pois, assim como nos surtos da dengue, da febre amarela, do influenza H1N1, da gripe suína, a população precisa se mobilizar através de uma ação conjunta contra o caos, a fim de estabilizar a saúde pública. Sendo assim, mais que dados, mas informações completas sobre o zika vírus e o mosquito Aedes aegypti, devem ser transmitidas com maior destaque e clareza, na medida do possível, à população, de forma a alertá-la com maior impacto e seriedade, qualificando e, consequentemente, antecedendo cada vez mais a sua mobilização. Essa transmissão de informações deve ser feita, sobretudo, através de jornais, redes sociais e programas televisivos, para que possam atingir o maior alcance possível de cidadãos. Além disso, a propagação de ações práticas e eficazes contra o mosquito, como a fiscalização de locais com água parada, o uso de repelente, a atenção maior aos horários em que o mosquito está em circulação em maior quantidade (das 9 às 13 horas) devem ter maior destaque, aumentando as chances de ganharmos essa luta.