Título da redação:

O velho inimigo alado.

Tema de redação: A eficácia das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti

Redação enviada em 04/02/2016

O Brasil encontra-se, mais uma vez, frente aos problemas e preocupações – hoje muito mais intensos – causados pelo já conhecido Aedes aegypti. Mesmo erradicado duas vezes no século passado, este mosquito está há muito presente no país, sendo o responsável por epidemias sucessivas da dengue e, mais recentemente, da febre Chikungunya e do Zika vírus. O que se observa é que houve uma clara falta de atenção, tanto governamental quanto da própria população, direcionada à presença deste vetor durante todo esse tempo. Desta forma, foram poucas e ineficazes as ações para combatê-lo, tendo em vista o seu “retorno” tão agressivo. De acordo com o Ministério da Saúde, só em 2015 foram registrados mais de 1,5 milhão de casos prováveis de dengue, 20.000 de Chikungunya e mais de 3.000 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao Zika. Ineficácia no combate, resistência e adaptação do Aedes são o centro do cenário caótico instalado no Brasil e tornam cada vez mais remota a ideia de extinção deste inseto. Estima-se que 80% dos seus criadouros estejam localizados nas residências. Além disso, o crescimento urbano acelerado e desorganizado, com coleta irregular de resíduos sólidos e seus espaços mal distribuídos, por exemplo, criam ainda mais condições favoráveis à propagação desse inimigo alado. Nesse contexto, o papel cabe não só ao Estado e suas esferas, mas também à população. “Não deixe a água parada” tornou-se um clichê e é insuficiente diante desta atual situação de emergência. É necessário muito mais. Um sistema integrado e organizado de prevenção e contenção do mosquito, com formas de controle biológico, químico e, principalmente, mecânico, deve ser a primeira ação e o financiamento por parte do Ministério da Saúde é fundamental. Junto a esta medida, a orientação da população e fiscalização assídua em suas residências por agentes comunitários de saúde compõem, ainda, o quadro de medidas a serem tomadas. Simultaneamente, pesquisas e estratégias científicas, como o desenvolvimento de vacinas e de novos produtos para o controle químico, são também alternativas importantes. Responsabilidade, mobilização e ações conjuntas são o alicerce na construção de soluções corretas e eficientes para este problema que há muito vem sendo deixado em último plano.