Se engana quem pensa que o mosquito Aedes Aegypti é uma “praga” recente em nosso país. Ele existe desde os tempos de Oswaldo Cruz- sanitarista que travou uma luta contra o mosquito que transmite também a febre amarela. Oswaldo Cruz venceu a batalha contra o Aedes e em 1907 o Rio de Janeiro estava livre da epidemia de febre amarela.Para tanto fez uso de medidas sanitárias com brigadas que percorreram casas, jardins, quintais e ruas, para eliminar focos de insetos.Atualmente medidas como essas continuam a ser utilizadas, mas se Oswaldo venceu a batalha porque em pleno século XXI com os avanços científicos que temos o combate se torna cada vez mais difícil? Desde aquela época quando a epidemia foi finalmente controlada e foi descoberta a vacina, acreditou- se que havíamos encontrado a solução para o problema e o combate ao mosquito transmissor foi deixado de lado. Sendo o Aedes um mosquito de hábitos urbanos e o Brasil aumentando desordenada e descontroladamente sua urbanização com um clima tropical, o mosquito encontrou ambiente favorável para seu desenvolvimento. A primeira epidemia de dengue no Brasil nos tempos atuais foi em 1981, em Roraima, desde então o número de casos só aumentou e hoje espalhou – se por todo o país. A prevenção da dengue é difícil pela falta de uma vacina e devido à presença do Aedes aegypti nas áreas urbanas. A melhor forma de prevenir é combater o mosquito mas as ações dos governos no controle da epidemia de modo geral são pouco efetivas, baseando-se somente no controle do mosquito e esquecendo as condições de vida inadequadas em muitas comunidades. O controle da epidemia deve incluir outras medidas, como mobilização da sociedade, obtenção de recursos humanos e financeiros, além de minimização dos efeitos do uso continuado de inseticidas e incentivos ao desenvolvimento de uma possível vacina contra a dengue e contra o vírus zika e a febre chikungunya que passaram a ser transmitidas pelo mosquito.