Título da redação:

É preciso mais

Tema de redação: A eficácia das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti

Redação enviada em 16/04/2016

O ano de 2016 já está marcado como o ano em que se teve a maior epidemia de dengue já vista em território nacional. E, junto a esta evidente informação, surge o questionamento: as medidas de combate ao vetor, Aedes aegypty, estão sendo eficientes? Não, não completamente, é preciso mais, há ainda a necessidade de medidas mais enérgicas por parte do governo e da população, para, como feito pelo sanitarista Oswaldo Cruz com vírus causador da febre amarela, erradicar-se também o vírus da dengue, do zika e da Chikungunya. Muito embora seja de conhecimento geral as clássicas medidas de controle do famigerado mosquito transmissor –como não deixar água limpa parada, tampar caixas d’água- observa-se que isso não vem sendo o suficiente parta contê-lo nos períodos quentes e chuvosos, quando sua reprodução e atividade são máximas. E isto muito se relaciona com a relação do brasileiro com a saúde, marcada como sendo predominantemente remediativa e paliativa e não preventiva, de valorização do médico clínico e desvalorização de outros agentes de saúde social e salubridade pública. Observa-se um relaxamento dos brasileiros quanto às medidas de não deixar água parada e de usar repelente, por exemplo, quando não se está em período de epidemia ou endemia ou quando não há casos de pessoas próximas afetada pelas viroses. A conscientização do cidadão é de fundamental importância, pois só assim as medidas de prevenção irão, de fato, prevenir. Está em curso hoje a produção de vacinas contra os diferentes sorotipos da dengue, além do zika vírus, mas cabe ressaltar aos brasileiros que vacinas, por si só, não são a solução: isto porque estas sempre apresentam contraindicações e limitações, como por exemplo na atual vacina da dengue que é restrita a pessoas entre 9 e 45 anos e demora cerca de um ano e meio para fazer efeito (isto porque são três doses, tomadas em um intervalo de seis meses cada). Cabe ainda o adendo de que vacinas como estas não protegem da febre Chikungunya, doença também transmitida pelo A. aegypti, fato esse que poderia provocar um surto desta doença, que é crônica (leva meses ou até mesmo anos para curar) o que iria sobrecarregar os sistemas público e privados de saúde. Portanto, fica claro que as pessoas não podem se acomodar quando esta vacina se tornar realidade, com o perigo ainda de a distribuição da vacina ser ineficiente devido ao seu custo. Ademais, cabe à sociedade não esperar uma solução e sim fazer parte dessa, tomando consciência de que o combate ao transmissor dessas viroses é a base para a erradicação das doenças causadas por ele. Destarte, medidas fazem-se necessárias para a resolução do impasse. Cabe ao Ministério da Saúde a mobilização popular para a retirada de focos do mosquito e denúncias de água parada em propriedades alheias, como também o requerimento popular e pressionamento das instâncias municipais para a retirada desses focos e utilização da técnica do fumacê no combate ao mosquito. Ao governo, a agilização da produção da vacina e medidas de torná-la acessíveis a todos é imprescindível. Assim, de forma gradual, estas doenças que tanto preocupam hoje o brasileiro poderão ser erradicas assim como foi a febre amarela no século XX.