Título da redação:

Combate ao Aedes: estamos no caminho certo?

Tema de redação: A eficácia das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti

Redação enviada em 01/03/2016

O Aedes Aegypti já é um velho conhecido da população brasileira. Pelo menos durante as três últimas décadas vivemos entre surtos de dengue e mobilizações de combate ao vetor. Um exemplo disso é a grande epidemia atual, não só de dengue como de zika, que demonstra o total despreparo do Estado em proporcionar mudanças efetivas. As doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti parecem ser problemas sem solução para o governo. Na prática, observamos que as medidas adotadas para o controle do problema são sempre a curto prazo, em outras palavras, o problema é resolvido momentaneamente. Por isso, a endemia se mantém e a cada surto campanhas são realizadas, mudanças no comportamento da população são cobradas e após algum tempo todos se esquecem, inclusive o Estado. Por outro lado, no contexto atual é perceptível que os problemas não podem simplesmente ser resolvidos com o apoio popular. O novo estilo de vida social não permite que muitos realizem seu papel em suas casas ou na vizinhança, por falta de tempo, o qual geralmente é ocupado com o trabalho e locomoção. Além disso, existem problemas estruturais nas cidades que representam riscos potenciais para proliferação do vetor, como a falta de saneamento básico, falta de acesso à água de qualidade, falta de coleta do lixo e seu descarte em lixões. No nordeste, devido ao grave estiagem, os focos de mosquitos estão nos reservatórios improvisados pela população para driblar a falta de água. Portanto, é evidente que a estratégia adotada pelo Estado até o momento é muito falha e necessita urgentemente de mudanças para garantir a saúde dos habitantes. Para isso, deve-se encontrar outros meios para interromper a reprodução do mosquito, como investir e realizar uma maior organização do espaço urbano, eliminando possíveis focos do mosquito e promovendo acesso à saneamento básico para toda a população. Além disso, investimento em coletas frequentes e descarte de lixo adequado, como nos aterros sanitários. Ademais, a conscientização contínua da população, por meio da educação, de palestras e campanhas, salientando a importância de cada um nesse processo de combate, para que os cidadãos colaborem da maneira que podem.