Título da redação:

Perdas de órgãos e de vidas.

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 11/09/2017

O filme “Em busca de uma outra vida” retrata a história de uma mãe tentando localizar um doador de fígado compatível para sua filha de 07 anos. Tal narrativa evidencia uma grave situação ocrrida no Brasil: várias pessoas precisando de doações em contraponto com as poucas doações efetivamente ocorridas. Tal situação, aponta a necessidade da coscientização da população brasileira, assim como a necessidade de uma melhor estrutura do caminho dos órgãos a serem transplantados. Nesse sentido, percebe-se que, apesar de o Brasil destacar-se como potência econômica mundial, apresenta alguns aspectos que contribuem para o atraso em seu desenvolvimento, como as baixas taxas de doação de órgãos. Nesse diapasão, apenas 42 % das possíveis doações foram finalizadas durante o ano de 2015, conforme dados do Ministério da Saúde. Conclui-se, portanto, que o direito à saúde, consubstanciado no art. 5º da Constituição brasileira, não apresenta efetividade na prática, hodiernamente. Tal configuração advém tanto da falta de conscientização das pessoas, que muitas vezes não entendem que após a morte encefálica a pessoa necessáriamente perecerá, apegando-se a crenças, quanto da falta de estrutura dos hospitais, que muitas vezes não possuem forma de acondicionar os órgãos até o efetivo transplante, causando a perda desses órgãos. Desse modo, o sincretismo dos elementos mencionados culmina numa alta de pessoas necessitanto de doações e numa baixa taxa de doadores. Afetam-se, por conseguinte, vidas que poderiam ser salvas, mas serão perdidas, consequência mais grave deste cenário. Diante do exposto, oportuno mencionar as palavras do escritor e antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro, que disse que o mais importante para o brasileiro é inventar o país que quer. Nesse contexto, o Ministério da Saúde deve promover campanhas de conscientização, desmentindo mitos comuns no consciente brasileiro, vinculando essas em escolas e através dos meio de comunicação governamentais, como o programa de rádio “Hora do Brasil”, contribuindo assim, para um aumento de autorização dos transplantes pelas famílias. Ainda, o Legislativo deve proceder à criação de benefícios fiscais para hospitais que comprovem possuir a estrutura adequada para acondicionamento dos órgãos a serem transplantados, evitando, assim, perdas de órgão – e de vidas - desnecessárias.