Título da redação:

Novas práticas coletivas

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 21/08/2017

O Nobel da Medicina, em 1990, foi para o médico estadunidense Joseph Murray pelo seu pioneirismo no Transplante de Órgãos, evidenciando a importância mundial dessa prática. Nesse prisma, no Brasil pós-moderno, a temática dos desafios da doação de órgãos torna-se relevante. Nesse contexto, uma dinâmica problemática é inserida, seja por provectos pensamentos enraizados na sociedade, seja pela ineficácia operacional na atuação desse aporte cirúrgico. Vicissitudes desse panorama advêm de diversos precedentes, sendo a errônea mentalidade social um importante fator. Por relacionar práticas hospitalares à dor, muitos cidadãos têm receio de doar órgãos. Esse pensamento reflete na falta de discussão cotidiana a respeito dessa temática, pois esse é um assunto que causa incômodo para muitos. Corroborando com o sociólogo Pierre Bourdieu, que afirmou que princípios de práticas distintas e distintivas regem a sociedade, tal pensamento se difunde de forma natural. Nessa ótica , é desconsiderado que a doação de órgão salva inúmeras vidas e que alguns procedimentos, como o transplante de medula óssea e partes do fígado, podem ser feitos em vida e não causam malefícios ao doador. Por conseguinte, ao manter tal mentalidade, perpetua-se o status de desafio que a doação de órgãos, ainda, comporta no Brasil. Além desse fator, erros técnico no transplante também dão subterfúgios à problemática vigente. No Brasil Colonial, em 1664, a eficiência da Guarda Portuguesa impediu que os holandeses invadissem Salvador. De forma análoga, a agilidade na prática do transplante propicia a atenuação de desafios da doação de órgãos, se garantido maior sucesso operacional. De acordo com o Ministério da Saúde, erros médicos reduzem em até três horas a sobrevida de um órgão. Dessa forma, a execução exitosa do transplante é comprometida por erros de profissionais da saúde, ocasionando redução da taxa de aceitação de órgãos doados. Tal fato potencializa os desafios do cenário brasileiro em relação à doação de órgãos. Destarte, em vista de erradicar tal paradigma, intervenções são oportunas. Sob o ângulo dos argumentos supracitados, urge que o Governo Municipal, aliado ao Ministério da Cultura, adicione, ao calendário oficial dos municípios, oficinas quinzenais denominadas: ”Doação Sem Tabu”. Nelas, profissionais da saúde e sociólogos devem ministrar palestras descontraídas, com auxilio de cartazes ilustrativos, explicando a importância da doação de órgão após o óbito, além de instruir a população, informando que algumas doações podem ser realizadas em vida, como a medula óssea, por exemplo. Em consonância, o Ministério da Saúde deve estipular congressos mensais dedicados ao aperfeiçoamento técnico de médicos e enfermeiros que realizam o transplante de órgãos no Brasil, visando, dessa forma, a redução de lacunas na formação desses profissionais. Com efeito, da mesma forma que o médico Joseph Murray implantou uma nova técnica cirúrgica mundial, a doação de órgão será algo inerente à cultura brasileira, reduzindo, desse modo, os desafios dessa temática.