Título da redação:

Morte que se transforma em vidas

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 10/10/2017

O homem se distingue dos outros animais pela sua capacidade de raciocínio e, por meio disso, trazer transformações a fim de melhorar ou perpetuar a sua vida no meio. A doação de órgãos faz parte, entre muitas outras, das descobertas que levaram à benfeitoria e à possibilidade de prolongamento da vida. Entretanto, ainda não ocorre de forma perfeita por causa de problemas como a falta conhecimento da população em geral e investimento na estrutura do processo. A doação de órgãos, ainda é um tema visto como tabu no Brasil, devido aos fatores que o rodeiam, como a mutilação de um ente querido, ou mesmo por falta de conhecimento sobre morte encefálica e como se dá o protocolo para a doação. É muito raro de encontrar familiares ou amigos debatendo sobre essa prática, pois para uma grande maioria, o ato de doar órgão está associado à morte, que é encarada, principalmente, pela sociedade ocidental como um evento de tristeza e luto. Além disso, muitos evitam falar, visto que acreditam que tal diálogo atrai a morte mais cedo. Ademais, uma grande parcela dos familiares ao serem informados sobre a morte encefálica de um parente, não conseguem entender como seu ente querido morreu e todos os outros órgãos continuarem intactos, a exemplo, o coração batendo, uma vez que muitos ligam a morte com um coração parado. E uma explicação, mesmo de forma simplificada para a população sobre a morte encefálica ser usada para o diagnóstico, ou seja, informar que o sistema nervoso é o mais sensível à ausência de oxigênio e por isso, ser o primeiro a vir falecer, tornaria as pessoas mais abertas e facilitaria o trabalho da equipe médica. Somado a essas lacunas de informação para a população, apesar do Brasil ser reconhecido internacionalmente pelo programa de doação, o país ainda enfrenta problemas como demora no processo e até perda de órgãos. Isso ocorre, devido a burocracia existente e falta de investimento, que resulta em carência de leitos e dificuldade em transporte. Em virtude dos fatos mencionado, verifica-se que a população precisa ser melhor esclarecida sobre o ato de doar órgãos e para isso, é necessário que o Ministério da Saúde em conjunto com o MEC, promovam palestras nas escolas e centros comunitários. Além de campanhas publicitárias em todas as mídias, como jornais, telenovelas e redes sociais, nas quais o enfoque seja desmitificar os falsos estereótipos que contornam esse tema e informar sobre o porquê de a morte encefálica ser usada no diagnóstico. É preciso humanizar o tema, mostrar que é um ato de amor e empatia ao próximo, em que um momento difícil pode ser transformado em vida e alegria para o outro. Ademais, é necessário investimento no aspecto físico, como em transportes, como aeronaves, pois facilitaria e aumentaria a eficiência do processo.