Título da redação:

Impasses na doação de órgãos

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 14/08/2017

O Brasil conta com o maior sistema público na doação de órgãos do mundo. Entretanto, mesmo com este avançado método, o país ainda possui uma enorme burocracia que acompanha todo o processo desde a morte do doador à recepção do donatário e, também, a família que ainda se recusa a doar os órgãos. Sendo necessárias mudanças a fim de maximizar a doação. Hoje, a legislação em vigor no Brasil, determina que sejam necessários dois médicos, sendo um deles neurologista, para a realização do laudo. Além disso, por ano, a burocracia causa a morte de 2 mil pessoas que esperam por doação, de acordo com o estudo da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). O processo é feito de forma lenta e o conjunto de tecidos precisa ser transplantado rapidamente. Essa realidade se anula, pois a lentidão causa a perda permanente da função do órgão. Por sua vez, a recusa familiar se encontra como o principal motivo para impossibilitar a transplantação. Muitos profissionais não são educados ao abordarem a família das vítimas que além de receberem a notícia da morte do ente querido, muitas vezes não tem acesso à informação acerca dos processos necessários. Frequentemente, o local onde o doador se encontra não possui estruturas para a realização do transplante tendo em vista que somente 400 hospitais do país contam com tecnologia de ponta, segundo a ABTO. Portanto, para minimizar os efeitos dos argumentos supracitados, o Ministério da Saúde além de investir em imunossupressores com o intuito de diminuir a rejeição do órgão pelo receptor deve aumentar a verba para que mais hospitais contem com a tecnologia necessária. Cabe ao Conselho Regional de Medicina, juntamente com ONGs, promover palestras e cartilhas que possam informar os familiares dos trâmites necessários para a realização do transplante e os benefícios que o mesmo pode trazer para outras pessoas e, por fim, é dever dos diretores dos hospitais oferecer cursos intensivos para a preparação dos psicólogos e assistentes sociais e também disponibilizar um ambiente acolhedor aos familiares a fim de potencializar a doação.