“Deve-se doar com a alma livre, simples, apenas por amor, espontaneamente! ”. A frase do teólogo e monge Martinho Lutero parece fazer alusão ao grande desafio de realizar doações de órgãos ao longo da vida e ao final dela, permitindo vitalidade para diversas outras. Nessa perspectiva a fim de evidenciar a problemática, cabe analisar a má distribuição de equipes de transplantes e a falta de autorização familiar. Em primeiro instante, observa-se a distribuição desigual das equipes de transplante. Nesse sentido, segundo o Ministério da Saúde, responsável pelo Sistema Brasileiro de Transplantes, existe mais de mil equipes capacitadas para realizar cirurgias e 400 unidades completas para atuarem na área, no entanto, estão em sua maioria nas regiões sul e sudeste do pais, deixando as demais regiões em péssimas condições. Outrossim, é importante enfatizar também a falta de autorização familiar. Conforme dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), cerca de 50% das famílias se recusam em doar órgãos, principalmente pela ausência de informação, carência de solidariedade e amor ao próximo e relações culturais. Destarte, intervenções são indispensáveis para combater esses impasses. Logo, o Ministério da Saúde deve investir em equipes capacitadas em transplantes nas áreas do norte e nordeste do pais, possibilitando ampliação no atendimento. Tais medidas podem ser efetivadas com a construção de hospitais específicos e cursos técnicos. Ademais, o sistema de educação e comunicação pode colaborar com campanhas publicitarias, que explique o procedimento e conscientize os indivíduos sobre a relevância de ajudar o mantimento de uma vida com amor, sem esperar algo em troca.