Título da redação:

Equação dos órgãos

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 16/08/2017

A morte cerebral ocorre quando não há mais nenhum tipo de atividade, seja elétrica, circulatória ou metabólica no cérebro, quadro clínico que viabiliza o transplante de órgãos. Porém, nos dias de hoje, essa cirurgia vem sendo dificultada. Assim, quanto a essa problemática, é certo afirmar que muito embora tenha ocorrido um aumento na taxa desse procedimento, a burocracia médica e a dificuldade em convencer as famílias persistem como desafios. Em primeiro lugar, é certo dizer que, segundo a AMIB, o Brasil tem o maior sistema público de transplantes do mundo. Assim, nota-se uma maior realização dessa operação , como também um estímulo à realização dessa. Prova disso são as campanhas publicitárias do ATX Bahia e o aumento de 41% em 2012, para 47% em 2013 das doações , segundo dados da ABTO. Entretanto, tais dados não representam o fim da problemática. Desse modo, a alta taxa negativa familiar, que é a não autorização familiar da realização do processo cirúrgico, persiste. Dessa forma, a ausência de uma discussão acerca do tema acarreta consequências prejudiciais às pessoas que necessitam dos órgãos. Tal situação ilustra-se, sobretudo, no desperdício de órgãos em condições de serem doados. Além disso, a burocracia médica dificulta a realização do procedimento, uma vez que é necessário mais de um médico para atestar a morte cerebral do paciente. Dessa maneira, há uma espera maior para a efetivação da cirurgia, podendo acarretar no posterior mau funcionamento dos órgãos. É possível notar a ocorrência desse fato na necessidade de dois neurologistas( médicos não tão comuns em alguns hospitais) para confirmar esse quadro clínico. Pode-se afirmar, portanto, que não só a burocracia encontrada nos hospitais, como também a crescente taxa negativa familiar mostram-se como desafios à problemática. Seria ideal que ONGs fizessem campanhas conscientizadoras a respeito da importância da doação de órgãos a fim de diminuir a taxa negativa familiar. Outrossim, cabe ao Ministério da Saúde desburocratizar o procedimento de atestamento de morte cerebral para que haja um aumento no índice de sucesso dos transplantes. Finalmente, as instituições familiares deveriam estimular discussões acerca dessa cirurgia com a finalidade de aumentar o índice de autorização do transplante pela família. Tudo isso para que a equação dos órgãos seja resolvida