Título da redação:

Entreveros da doação de órgãos

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 11/04/2018

Na Espanha, país com o melhor serviço de captação de órgãos e maior número de doadores do mundo, a temática da doação está inserida no cotidiano das pessoas desde muito cedo. No entanto, no Brasil tal gesto humanitário enfrenta diversas dificuldades para a sua realização plena. Dentre os principais desafios enfrentados pelo país, destacam-se a falta do diálogo e a ausência de infraestrutura. A priori, é notório que a falta de conversação é um empecilho para doação de órgãos. Isso decorre, lamentavelmente, de poucas políticas voltadas para o debate sobre o assunto, como discorre o filósofo Jürgen Habermas na obra "Agir Comunicativo", em que o consenso sobre algo só pode ser alcançado por meio da ação comunicativa. Muitas famílias, por exemplo, quando recebem a notícia da morte cerebral de seus entes queridos, negam-se, por falta de esclarecimento, a doar os órgãos do falecido na esperança de melhoras, algo que do ponto de vista da Ciência é impossível. Além disso, nota-se, ainda, que a ausência de infraestrutura é um entrave. Isso acontece, infelizmente, porque em muitas regiões afastadas dos grandes centros hospitalares do país, a uma má distribuição das equipes que realizam transplantes, como aponta Lúcio Pacheco presidente da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), enquanto em São Paulo há 20 equipes para realizar cirurgias do figado, em Minas Gerais há apenas 3. Por consequência disso, a uma permanência das desigualdades e um comprometimento na captação de órgãos em regiões distantes. Infere-se, portanto, que a adoção de medidas capazes de assegurar a doação de órgãos de forma plena torna-se imprescindível. Faz-se necessário que o Governo, na figura do Ministério da Saúde, em parceria com a mídia televisiva, deve criar uma campanha destinada ao público reticente, colocando em pauta a elucidação, devidamente, correta sobre a importância e o valor do gesto humanitário, com o propósito de que as pessoas manisfestem em vida o desejo de doar ou não seus órgãos após à morte. Ademais, as Secretarias Municipais de saúde, deve criar um programa de mapeamento e identificação de instituições frágeis, concedendo assistência técnica e médica, com a pretensão de atenuar as disparidades regionais. Somente assim o Brasil poderá-se comparar a nações desenvolvidas de forma cabal.