No cenário da doação de órgãos e tecidos, o Brasil se destaca no contexto mundial, já que, tem o maior sistema público de transplante do mundo. Entretanto, a luta pela vida através da doação de órgãos no país ainda têm grandes desafios para vencer, sendo o maior deles a resistência da família em doar os órgãos, consequentemente, a recusa na doação é um empecilho pelo zelo da vida. Segundo dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), mostram que em junho desse ano 32,952 pessoas estavam na fila de transplante de órgãos do país. Diante disso, esse cenário precisa mudar, já que, muitas dessas pessoas na fila morrem sem ter a chance de ser transplantado, ou seja, a resistência da família é uma grande barreira para salvar vidas, pois, é ela quem decide se doa ou não, logo, a raiz do problema está na forma como as elas veem a doação, sendo importante preservar o corpo do ente querido ou realizar um ato de amor ao próximo. Além disto, dados do Ministério da Saúde, que coordena o Sistema Brasileiro de Transplantes, há mais de mil equipes preparadas para realizar cirurgias distribuídas pelo país e 400 unidades prontas para atuarem nessa área. Além do mais, 95% dos transplantes são realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), dados do Ministério da Saúde. Por conseguinte, a concentração dessas equipes encontra-se no Sul e Sudeste e quase nenhum no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, desse modo, fica difícil salvar vidas com duas problemáticas sociais agravantes, portanto, precisa ser feita uma melhor distribuição dessas equipes para que aumente cada vez mais o número de transplantes. Já que, não importa se tem muitas equipes preparadas e, o sistema for bom se não chega a todos os cantos do país e não são de muita valia pessoas concentradas num mesmo local com a mesma finalidade. Portanto, as secretarias estaduais e municipais de saúde devem criar campanhas educacionais que mostrem a população o que é a doação de órgãos, explicar a morte cerebral e sanar possíveis dúvidas relacionadas a doação e transplantes. Além disso, o Ministério da Saúde juntamente com CFM (Conselho Federal de Medicina) precisam criar um programa de governo que seja capaz de disponibilizar equipes médicas de transplantes nos lugares onde não há ou são insuficientes esses profissionais, assim, irá reverter o quadro de falta de equipes e salvar mais vidas futuramente.