A doação de órgãos no Brasil ainda é, em pleno século XXI, tratada como um tabu pela sociedade, assunto esse que, se fosse tratado da maneira correta entre a população, poderia salvar centenas de vidas diariamente. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) mostrou que 47% das famílias brasileiras não aceitaram doar órgão de parente com morte cerebral. Esse número elevado comprova a falta de comunicação entre os parentes, já que muitas vezes a doação não é feita por simplesmente não saberem a vontade de seu ente ou por terem tratado a morte como um fato distante, evitando tocar no assunto. O que é errado pois a morte é certa e, se há a possibilidade de salvar vidas com o que não é mais útil ao falecido, essa chance não deve ser desperdiçada. Além da falta de diálogo entre os familiares, a carência de informações sobre os procedimentos necessários para se realizar a doação também é um empecilho do tema, visto que a orientação e assistência médica são cruciais nesse processo e muitas vezes, por falta de preparo e informação, a família se recusa a contribuir com a doação de órgãos. Portanto, “Temos que nos tornar a mudança que queremos ver” e, para cumprir essa premissa de Mahatma Gandhi, é necessário conscientizar a população através da mídia sobre a importância da discussão em seus lares acerca da doação de órgãos. Bem como cabe ao Ministério da Saúde, ministrar cursos preparatórios em congressos anuais a fim de preparar a equipe médica para orientar as famílias em casos de doações.