Podemos perceber que nos últimos anos há um aumento significativo nas doações de órgãos no Brasil, mas a rejeição familiar ainda é alta, visto que não apenas o tema segue sendo tabu pondo a julgamento certos costumes religiosos, com também acaba sendo negligenciado por alguns profissionais da saúde. Um estudo realizado pela UNIFESP mapeia as principais razões para esta recusa, dentre elas 19% atribuem a decisão a crenças religiosas, mesmo nesses casos a culpa não pode ser totalmente atribuída à família, pois o desempenho do profissional de saúde que propõe a doação também pode ser decisivo. E 21% não compreende o conceito de morte encefálica confundindo muitas vezes com coma, tornando a discursão ainda um tabu entre essas famílias. Somando a isso, muitos se queixam da abordagem medica, alegando ser de forma “mecânica” sem respeitar o atordoamento de quem acabou de receber uma notícia trágica. A dificuldade reside no fato de muitos médicos e enfermeiros não estarem preparados para comunicar más notícias de maneira respeitosa e esclarecedora. Dessa forma sugere-se investir mais no treinamento das pessoas que trabalham na captação de órgãos, para que dialoguem com sensibilidade e se coloquem a disposição para esclarecer qualquer dúvida, juntamente com campanhas mais dinâmicas e frequentes nas redes sociais e escolas para jovens e adolescentes.