Título da redação:

Doação de órgãos no Brasil e seus desafios

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 30/08/2017

Com o avanço científico e tecnológico ocorrido desde a Revolução Industrial, o setor de saúde também passou por transformações, e hoje a doação de órgãos é mais viável do que nunca. No entanto, a falta de infraestrutura e informação impedem o total sucesso desse procedimento. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos(ABTO), nas regiões Norte e Centro-Oeste, não há sequer equipes capacitadas para realizar esse tipo de cirurgia. Tal fato pode ser consequência do baixo número de doadores, que desestimula a permanência de profissionais nessas áreas. Além disso, a geografia dessas localidades dificultam o transporte de órgãos, uma vez que apresenta várias cidades de difícil acesso e distantes da capital, que geralmente comporta hospitais passíveis para procedimentos dessa magnitude. Esse fator distância é de extrema importância, já que quanto mais tempo o órgão a ser transplantado permanecer extracorpóreo, pior seu prognóstico. Outro ponto a ser considerado é a falta de informação. A morte é um assunto pouco conversado e, em se tratando de morte encefálica, menos ainda e de maneira muito superficial. Mesmo assim, ouve-se sempre o imperativo para doar órgãos, contudo, não se explicita, nem deixa-se transparente os critérios utilizados para caracterizar tal tipo de falecimento. Destarte, é difícil acreditar que uma pessoa está em óbito quando se presencia o indivíduo com coração batendo e respirando, ainda que seja com auxílio de aparelhos. De acordo com a ABTO, 47% das famílias não permitem a retirada. Dessa forma, a mudança nesse panorama perpassa por atitudes como melhora na infraestrutura e acesso à informação. Portanto, o Ministério da Saúde, junto aos governos estaduais, poderia desenvolver pequenos centros de captação nas localidades mais remotas, além de promover capacitação profissional com a finalidade de que em cada plantão haja um médico habilitado para a remoção de órgãos. Somado a isso, o enfoque das campanhas publicitárias, promovidas por entidades federais ou privadas, deveriam priorizar a compreensão da morte encefálica e sua irreversibilidade. Isso pode ser realizado através de propagandas em televisão ou mídias sociais que levem à compreensão de que o corpo falecido permanece em movimento devido aos aparelhos.