Segundo Cezar Fruhauf , "Você só se torna melhor que as outras pessoas quando se doa um pouco de si para ajudar o próximo". Logo, a doação de órgãos seria um exemplo literal do emprego da frase citada acima. No Brasil, a doação de órgãos entre os anos de 2010 e 2017 cresceu cerca de 75%( Agência Brasil). No entanto, ainda enfrentamos impasses relacionados à recusa de familiares e cônjuges a autorização da realização dos transplantes. Atualmente, 43% das pessoas ainda o recusam (Agência Brasil), evidenciando a necessidade de melhorarmos ainda mais nossos índices. O principal fator que leva à recusa está relacionado à falta de esclarecimento perante as doações. Existe uma grande dificuldade em compreender a condição em que o paciente e possível doador se encontra, principalmente quando relacionadas morte encefálica. “A pessoa está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), com o cérebro morto, mas o coração batendo e os outros órgãos funcionando. Para alguns, é difícil aceitar que ela morreu. Parece que há sempre “uma luz no fim do túnel”, palavras do enfermeiro Edvaldo Leal, do hospital SPOT-HC, que evidencia a falta de esclarecimento e conscientização, por parte do Ministério da saúde, da população. Além disso, outro fator da recusa e consequência da falta de esclarecimento perante o assunto é o fato de que devemos levar em conta aspectos religiosos, mesmo que nenhuma doutrina se posicione contra a prática. A crença em Deus gera esperança na família, fazendo-os crer que seu ente querido possa ser um milagre, já que por vezes vemos histórias de pessoas que acordaram de longos comas - algo que é cientificamente impossível quando relacionado à morte encefálica. Mediante os fatos expostos anteriormente, o Ministério da Saúde deve incentivar e esclarecer a doação de órgãos. Através das redes sociais, comerciais na TV aberta, pôsteres em hospitais e outros lugares públicos, propagar mensagens de incentivo e explicação da doação, como por exemplo o vídeo realizado pela Santa Casa de São Paulo, em que o número na fila de atendimento em um mercado representava a sua colocação para receber um órgão mediante a doação, demonstrando o quão longa pode ser a espera daquele que precisa, buscando assim exemplificar e estimular à prática de doar órgãos .