Diferente do poema romântico que idealiza e cria mundos perfeitos, a realidade mostra-se mais dura. Isso se percebe ao analisar a questão da doação de órgãos. No Brasil, esse assunto ganha destaque pois o número de pessoas em busca desse procedimento cresce ao longo dos anos. Porém, ainda existe uma grande barreira a ser destruída para garantir o real acesso a esse recurso. Visando efetivar tal processo cirúrgico foi crida a Legislação e o Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Entretanto, para erradicar o problema é preciso vencer entraves como a carência de estrutura e capacidade medica. Neste contexto, o Brasil passou a desenvolver políticas para auxiliar na efetivação desses processos. Ao instaurar a Legislação e o SNT, uma série de direitos foram criados visando garantir melhor qualidade de vida para os pacientes. Logo, é papel desses sistemas assegurarem o controle e monitoramento das doações de órgãos, assim como a estrutura dos hospitais. Embora as leis tenham evoluído e hoje alcancem grande parcela da sociedade, ainda existe significativo quantitativo de pessoas que não tem acesso a elas. Assim, uma medida que foi criada com o objetivo de acabar com o sofrimento de uma parcela da população, serviu apenas para mascarar o problema. Mesmo com tais medidas ainda há muitas pessoas morrendo na fila á espera da cirurgia. A carência de hospitais e médicos especializados nessa prática ainda é um problema que mantém suas raízes na sociedade moderna. Desde a época do Brasil Colonial - quando foi criado o primeiro hospital- até os dias de hoje se manteve a necessidade de construir posto de saúde nas grandes cidades do país. Por esse motivo, a sociedade encontra grande dificuldade de locomoção até tais locais, o que contribui para o declínio do índice de transplantes. Soma-se a isso a fato de haver pouca equipe médica capacitada para realizar tal procedimento. Portanto, ao estar diante desses entraves, torna-se difícil o avanço das doações de órgãos. Por fim, nota-se o distanciamento entre a realidade presenciada e a perfeição romântica. Uma forma de amenizar tal problema seria por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) , do Conselho Federal de Medicina (CFM) e Programa Mais Médicos (PMM). O SUS, em parceria com os hospitais particulares, poderiam utilizar a verba dos royalties do petróleo para criar novas unidades hospitalares em regiões mais afastadas dos grandes centros. O CFM utilizando a verba do PMM poderia criar medidas obrigatórias de capacitação contínua entre os profissionais da área da saúde. Tal atitude deveria começar, durante o período acadêmico, para conscientizar sobre a importância dos mesmos no processo de doação de órgão.