Título da redação:

Desburocratização Física.

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 15/08/2017

Há 50 anos, foi executado o primeiro transplante no Brasil, e anteriormente a este fato, não se poderia imaginar que os avanços tecnológicos alcançariam esses efeitos tão rapidamente. Muitos não aguentam esperar a sua vez, na fila de transplantação, e esse quantitativo é proporcional ao número de pessoas que decidem não doar. Desse modo, percebe-se que o nosso país, precisa aumentar a sua baixa frequência de doação de órgãos. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados, como a falta de comunicação na família, de assuntos como estes, considerados tabus, e a ausência de um registro legal e definitivo, que possibilite ao doador expressar sua decisão. Em primeira análise, cabe pontuar que a conversa familiar sobre essa temática, é o jeito mais fácil dos parentes terem certeza, de que essa é realmente a vontade do falecido. Comprova-se isso por meio da incerteza das famílias, sobre a preferência do morto, e ao permanecer a dúvida, escolhem a não oferta do pedaço do corpo. Dessa forma, o diálogo entre familiares, irá enaltecer os benefícios que a doação causará, como o salvamento de uma vida. Ademais, os líderes religiosos são responsáveis pelo esclarecimento aos fieis, sobre a não interferência dessa prática em qualquer preceito espiritual. Contudo, havendo maior comunicação dentro de casa sobre o falecimento, ocasionará um aumento de doações, e uma economia financeira de gastos paliativos com a saúde pública. Ademais, convém frisar que ninguém além da própria pessoa, pode decidir melhor referente a si próprio. Uma prova disso está no fato dos cidadãos que desejam a entrega de suas vísceras, no entanto, tem suas pretensões contrariadas pelos parentes, algumas vezes pela falta de informação, mais principalmente pela inexistência de um documento oficial, que possa servir de comprovação após o óbito. Porque, os doadores, querem salvar uma vida e fazer um pedaço do seu corpo ficar novamente vivo em outra pessoa, assim como diz a frase do químico francês Antonie Lavoisier, ‘’na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma’’. Diante disso, percebe-se que doar órgãos é um gesto de grande solidariedade e generosidade, e deveria ter um documento de amparo jurídico, que oficialize a vontade do ser humano. Fica claro, portanto, que o aumento na estatística de doações, resultará na ampliação do salvamento de vidas. Dessa forma, são necessárias medidas para atenuar o problema. É imprescindível que haja um incentivo do Governo Federal, como o desconto no imposto de taxas funerárias, para doadores de órgãos, com isso, aumentará o número de famílias doadoras. Também, é interessante que o Ministério Público, regulamente nas mídias, a implantação de publicidades obrigatória e gratuitas, que sejam de incentivo a doações. Além disso, é essencial que o Estado volte a utilizar os documentos de identidade que mencione a pretensão do indivíduo de ser ou não um doador. Além da validação de declarações escritas a próprio punho e reconhecida em cartório. E com isso, desburocratizar nossos legados físicos.