Título da redação:

Brasil: Doação de órgão e suas barreiras

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 15/08/2017

No direito brasileiro, o critério jurídico usado para determinar o fim da vida é a morte encefálica, conforme a Lei de Transplantes. Com a morte cerebral o indivíduo está apto a doar seus órgãos, porém no Brasil a falta de diálogo, investimento público e conhecimento torna esse processo muito mais dificultoso, fazendo com que os familiares neguem o procedimento. Há de se deixar claro que o transplante de órgãos é muito importante, pois pode salvar muitas pessoas. Sabe-se que países como Espanha e França são referências no que tange à doação de órgãos. A França, por exemplo, possui um sistema em que todos os hospitais são conectados entre si, resultando em uma agilidade maior no direcionamento dos órgãos. Por outro lado, o Brasil possui grande disparidade na localização dos institutos de transplantes, que se concentram mais nas regiões Sul e Sudeste. O sistema de saúde no Brasil é precário e não possui tantos investimentos para lidar com essa questão, tornando as outras regiões mais vulneráveis e com menor chance de receberem um transplante, se comparado com o Sul ou o Sudeste. Outra questão desafiadora se refere à falta de conhecimento por parte da sociedade, fazendo que ela trate o assunto ainda como um tabu. Assim sendo, o Brasil adotou o modelo do consentimento presumido, no qual entende-se que o indivíduo é doador em potencial, exceto se ele declarar o oposto. Ocorre que, por conta disso, muitas famílias acabam impedindo a doação por afirmarem que isso jamais foi discutido ou por não entenderem a natureza dá morte encefálica, acreditando ainda que o familiar está vivo. Verifica-se, então, que a falta de clareza sobre o assunto e também outros fatores, fazem com que a doação de órgão seja um grande desafio para o Brasil. Fica evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para tornar esses desafios superáveis. O Governo deve realizar um planejamento e investir em centros de transplantes dentro dos hospitais públicos, criando um sistema único digital que se conecte com outros hospitais facilitando a comunicação e agilidade no recebimento de órgãos. Além disso, a mídia, através de propagandas publicitárias, deveria incentivar a doação de órgãos, expondo casos de pessoas que receberam órgãos de outros e que estão vivendo muito bem, mostrando a importância da doação. Por fim, as famílias devem discutir sobre o tema, para que no momento da morte não haja dúvidas ou receios. Com essa medidas, talvez o Brasil possa aumentar a doação de órgãos, para que muitas pessoas possam receber uma nova chance de vida.