Título da redação:

¡Ay muerte mala! ¡Deja para el amor la verde rama!

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 30/03/2018

O pedido de doação acompanha a comunicação aos membros da família da morte encefálica do paciente. A posição do profissional da saúde na entrevista familiar, frente a dor da perda, envolvem aspectos éticos, legais e emocionais. Como conscientizar os familiares, da utilidade prática da doação, sem desrespeitar os sentimentos no momento da perda? "A dificuldade da família em aceitar a condição de morte alimenta a esperança na recuperação", afirma a psicóloga Cláudia Medrodo. Os familiares precisam de tempo para processar esta dor. E, neste ambiente, reina o desespero, sentimento de desamparo e revolta, choro compulsivo e crença na melhora do paciente. Este "coquetel" que mistura desespero, negação e choque atenua a resistência dos familiares que leva a duvidarem até, da veracidade dos exames. Ao profissional cumpre a tarefa delicada de pedir a autorização da remoção dos órgãos para transplante. "Eles precisam sentir sua compaixão", disse o psiquiatra Dr. Charles a estudante de medicina Sara Reese na série norte-americana Chicago Med. E, outro momento este cita: "Ai morte má! Deixa para o amor o verde ramo", do poema trágico de Frederico García Lorca, na circunstância onde, com sutileza, o apelo emocional foi relevante para superar a resistência da mulher que acabara de perder o companheiro. A morte é vista, na cultura brasileira com resistência. A equipe hospitalar vivencia conflitos existenciais e morais e, precisa estar sensível as solicitações: responder as dúvidas sobre a morte encefálica - que é agressiva e imprevista, compartilhar sentimentos e viabilizar, quando consentido, o processo de captação legal dos órgãos.