Título da redação:

A força necessária para uma mudança

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 26/08/2017

Sendo uma das séries mais assistidas da atualidade, “Grey’s Anatomy” retrata o cotidiano de médicos dentro de um hospital americano, na qual, inclusive, é retratada uma cena onde um paciente sofre de morte encefálica, apresentando-se como possível doador de órgãos, no entanto a decisão cabe a sua família, que opta por não doá-los. Hodiernamente, no Brasil, a falta de diálogo dentro do âmbito familiar acerca da problemática, acaba por inibir a realização de transplantes que poderiam salvar vidas. Primeiramente, é válido ressaltar que a antiga lei federal de 1997 (Lei no 9.434) foi reformulada no ano de 2001 (Lei no 10.211), e o que constava na documentação não é mais válido, sendo necessário que a doação seja autorizada por familiares. No entanto, essa alteração não melhorou o cenário de transplantes no Brasil, em que, de acordo com uma pesquisa exposta pelo ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), aproximadamente metade das famílias de potenciais doadores preferem não realizar a operação para retirada dos órgãos. Além disso, apesar desse grande contingente de famílias que não autoriza a doação, grande parte delas afirma que a escolha é tomada por causa da falta de diálogos entre os envolvidos, em relação aos desejos póstumos de eventuais doadores, o que leva-nos a crer que se informações a respeito do procedimento e de sua importância fossem disseminadas na sociedade, esses números poderiam ser melhorados. Dessa forma, a nação encontra-se estagnada em um estado inercial, no qual, em concordância com as leis Newtonianas, uma força suficientemente capaz de promover a mudança deve ser aplicada. É notório, portanto, inferir que para ocorrer a dissolução do obstáculos referentes aos transplantes de órgãos no Brasil, mudanças são necessárias. De início, uma reformulação legislativa se faz necessária, e esta deveria respeitar em especial a opinião do doador, também, modelos europeus poderiam ser espelhados, como no caso da França, onde deve-se declarar em vida como não doador, essas mudanças devem ser discutidas por deputados e senadores em Assembleias Constituintes. Ademais, recursos midiáticos podem ser empregados, com o intuito de conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos, poderiam transmitir durante intervalos de programas populares, propagandas que expliquem a necessidade de dialogar com familiares sobre o tema. Por meio desses, a força necessária para movimentar a iniciativa da mudança será aplicada, e cada vez mais teremos exemplos que diferem-se do da série supracitada.