Título da redação:

A família é a melhor decisão?

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 26/09/2017

A doação de órgãos é um procedimento cirúrgico, que tem o objetivo de retirar o órgão de uma pessoa e reimplantar em outra, de modo que se pode salvar inúmeras vidas com essa atividade. No entanto, essa prática médica apresenta inúmeros empecilhos no Brasil, como a não aceitação familiar da decisão do doador ou até mesmo o não conhecimento do desejo do donatário, resultando em números como o de que 41 mil pessoas estão na fila de transplante. É importante pontuar, de início, que um dos principais fatores que dificultam a doação de órgãos no Brasil é o não conhecimento dos familiares acerca da decisão do doador, de modo que familiares não saberão se doarão ou não, normalmente optando pela última opção , quando se vêm sem outra alternativa. Esse problema é considerado, pela Associação Brasileira de Transplante Órgãos (ABTO), como o maior motivo para que não ocorra transplantes no nível necessário em nosso país, resultando em dados como o de que 47% dos órgãos, em condição de transplante, não chegam a uma pessoa necessitada. Além disso, muitas vezes as famílias não aceitam a decisão do doador, causando a negativa familiar, contrariando a decisão daquele. Isso se deve à instabilidade emocional da família nesse momento delicado, da morte do seu ente querido, sendo que é irracional fazer tal pedido a esse grupo de pessoas que claramente não apresentam as condições mínimas necessárias para tomar decisões. Poemas como o de Aphonsus Guimarães podem exemplificar o sentimento de uma pessoa após a morte de um companheiro, nos seus livros ele mostra os pensamentos que impossibilitam o desapego de qualquer parte ou característica da sua noiva morta. A doação de órgãos, portanto, apresenta problemas quase que unicamente no trato familiar com esse tema. De modo que não se pode depender da decisão de algumas pessoas se irá ou não ocorrer o processo de transplante, fazendo-se necessário que o Estado brasileiro inclua no documento de identificação (RG), a decisão da pessoa sobre a doação ou não de algumas partes do seu corpo. Com tal ação ocorreria a descentralização desse processo na instituição familiar e consequentemente concentrasse na real decisão do doador, que seria obrigado a apresentar uma posição no momento da realização do seu RG. Logo, viveríamos em uma sociedade melhor e reduziríamos os números de pessoas que esperam um órgão em nosso país.