Título da redação:

A doação revestida de louros

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 29/08/2017

Matias Aires, primeiro filósofo genuinamente brasileiro, certamente diria que os níveis de doação de órgãos no Brasil não estariam em níveis alarmantes caso à doação estivesse intrinsecamente relacionada ao estímulo da vaidade humana. Segundo à visão de Matias, a vaidade é a força motora dos homens. Dessa forma, caso o processo de doação fosse revestido com louros e demonstrações de grandiosidade por parte do doador, os níveis alarmantes certamente estariam mais baixos. Por um lado, temos um Brasil altamente estruturado e preparado, no que diz respeito aos hospitais e equipes médicas, seja no setor público ou privado, para proceder e realizar transplantes de órgãos; por outro, temos à família brasileira que se encontra, infelizmente, em pleno século XXI, altamente desinformada acerca dos processos e procedimentos envolvendo a política de doação de órgãos. Dessa forma, quantos pacientes não são privados da vida pela ignorância de uma família que teve um parente com morte cerebral decretada, mas que ainda assim decidiu por não doar seus órgãos. Decididamente, parte da culpa dos níveis tão baixos de doadores de órgãos nas famílias brasileiras recai sobre os ombros do Estado, que exorta muito pouco à iniciativa de semelhante ato dentro do seio da sociedade. Não vemos publicidade consistente sobre este assunto nos meios de comunicação em massa, sem falar que aqueles que deixaram seus órgãos à disposição caem no esquecimento rapidamente. Diante deste leque de problemáticas, seria determinante para aumentar os níveis de doação de órgãos no Brasil um estímulo de reconhecimento e gratificação, por parte do Estado, para aquele que disponibilizou os órgãos e para à família que autorizou o ato. Uma desmistificação dos procedimentos cirúrgicos, veiculados pela comunicação em massa também é fundamental.