Título da redação:

A doação de órgãos no Brasil

Tema de redação: A doação de órgãos no Brasil e seus principais desafios

Redação enviada em 01/09/2017

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), 47% das famílias se recusam a doar órgãos de parentes com morte cerebral. Nesse sentido, apesar do Brasil possuir uns dos melhores serviços de captação de órgãos do mundo, percebe-se que a falta de esclarecimento familiar e o fator cultural são empecilhos à doação. Dessa forma, convém analisar os principais desafios da doação de órgãos no país. Em primeiro lugar, é válido salientar que o fator cultural representa um obstáculo na doação de órgãos no país. Comprava-se isso pela falta de esclarecimento das pessoas, visto que o medo de não estar morto e a desconfiança no sistema de saúde são fatores que inibem a doação. Nesse ínterim , nota-se que o indivíduo, em alguns casos, não deixa explícito em vida o seu desejo de ser um doador. Além do mais, um único doador pode salvar várias pessoas, como a Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, que foi assassinada pelo ex-namorado, em outubro de 2008, e seu coração, pulmão, rins, pâncreas, fígado e córneas foram doados pela família e ajudaram a salvar vidas. Em segundo lugar, é cabível ressaltar, ainda, que a doação de órgãos no país cresce, mas a rejeição das famílias ainda é alta. Isso se evidencia pela falta de informação da sociedade sobre a morte encefálica, mesmo que o diagnóstico por essa causa no Brasil é um dos mais seguros do mundo. Outrossim, observa-se que os dilemas éticos das famílias interferem na decisão da doação, uma vez que o coração ainda bate e os outros órgãos estão funcionando, logo, isso gera esperança nos familiares, mesmo cientes que a morte encefálica é irreversível. Nesse âmbito, a dor e a negação da morte do ente querido, torna a decisão mais difícil, como também o descaso no atendimento hospitalar que colabora com a desconfiança da família. Assim, medidas fazem-se necessárias para corrigir a problemática. Segundo Émile Durkheim, “O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende''. Desse modo, a fim de amenizar os empecilhos à doação de órgãos no Brasil, o Ministério da Saúde deve investir em campanhas para divulgar a importância de ser um doador, com cartazes, folhetos e propagandas no intuito de esclarecer dúvidas da população sobre a doação. Além disso, a mídia deve abordar o tema em novelas e programas de TV para mostrar as dificuldades enfrentadas por pessoas que estão na fila de transplante, e como um ato simples de compaixão pode salvar várias vidas. Ademais, as equipes médicas nos hospitais , por sua vez, devem acolher as famílias dos pacientes e esclarecer o quadro irreversível da morte cerebral para que possam se sentir seguros em doar os órgãos do recém -perdido. Por fim, as pessoas devem manifestar em vida o seu desejo de ser um doador às pessoas mais próximas, e com o auxílio das redes sociais, aderir e divulgar campanhas como o Setembro Verde, que incentiva, esclarece e conscientiza a população. Com esses atos, o número de doadores de órgãos poderá aumentar gradativamente.