Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A democratização do acesso à cultura no Brasil

Redação enviada em 21/05/2019

É de conhecimento geral que, durante o Período Joanino- com a vinda da Corte portuguesa para o Brasil-, a população colonial presenciou a fundação de importantes centros eruditos, como museus, universidades e bibliotecas, o que possibilitou seu primeiro contato com fontes transmissoras de conhecimento. Não obstante, hodiernamente, o acesso à cultura no Brasil não é democrático. Isso ocorre, em razão não apenas da falta de investimento governamental nessa área, mas também dos elevados custos que inviabilizam, para muitas pessoas, a aproximação com culturas distintas. Primeiramente, é evidente que o direcionamento de recursos financeiros pelo Estado é insuficiente para a construção de espaços apropriados para a difusão de saber e para a manutenção e conservação de suas estruturas. Assim, em decorrência da negligência do Puder Público, muitos desses locais tornam-se sucateados e passíveis de destruição; como observado no Incêndio do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, em 2018, que representou uma perda histórico-cultural lastimável para a sociedade. Por conseguinte, diante das chamas do descaso que destoem o Patrimônio Cultural do país, o alcance de conhecimento dos indivíduos é deploravelmente restringido. Outrossim, embora o exercício dos direitos culturais seja assegurado pelo artigo 215 da Constituição Federal de 1988, é perceptível que essa prática encontra-se elitizada no Brasil, uma vez que os custos para a frequentação de locais que ofertam materiais e suporte para a vivência cultural são consideravelmente elevados. Dessa forma, muitas famílias sem boas condições salariais ficam impossibilitadas desse contato, além de não encontrarem meios de representação de seus próprios costumes, já que a noção de cultura também acompanha traços segregacionistas. Portanto, a Indústria Cultural vende arte e História e, em contrapartida, uma grande massa social permanece alheia à aquisição dessas “mercadorias”. Nesse sentido, admitindo-se a gravidade dessa problemática, urge que o Ministério da Cidadania, por intermédio de capital enviado pelo Governo, atue na construção e na proteção de edifícios destinados à promoção gratuita de exposições de peças de arte e de acervos histórico-culturais, juntamente com a inclusão, nesses ambientes, de palestras com especialistas e atividades interativas abertas à comunidade. Dessa maneira, a fim de que o acesso à cultura seja mais democrático, novas possibilidades de conhecimento poderão modificar a realidade, tal como no Período Joanino.