O Brasil vivenciou uma das piores crises financeiras do século XX, sendo assim, o '' Milagre Econômico", medidas financeiras adotadas por empréstimo exorbitantes de outros países resultaram na desvalorização da moeda e ,posteriormente, o período de altos índices inflacionários. Indubitavelmente, a estabilização da economia com a implementação do Plano Real no governo de Fernando Henrique Cardoso, não mostrou-se eficiente para criar uma consciência de poupança ao brasileiro, pois o cidadão foi impulsionado a viver na base de créditos para alavancar a economia em detrimento das suas finanças pessoais. Em primeiro lugar, é fundamental destacar o caráter hedonista no modelo consumista brasileiro. Nesse ímpeto, é perceptível a busca incessante do prazer através dos bens materiais, "compro, logo existo", o atual clichê proferido por grande parcela da população é resultante do endividamento crediário, principalmente, da classe média em busca de "status social" promovido pelas empresas do setor midiático. Prova disso, pesquisa realizada pela Revista The Economist com pessoas da classe B, C e D, revelou que mais de 50% dos entrevistados afirmaram comprar influenciados pelas ações de marketing. Em segundo lugar, é preciso pontuar a pífia educação financeira para as crianças. Nesse contexto, o pequeno cidadão não possui discernimento perante as propagandas que são "bombardeadas" ao seu público alvo, logo os pais tornam-se vítimas das crianças que são iludidas pela felicidade que os celulares, notebook's e ipad's podem propiciar a elas. Entretanto, já existem ações da sociedade paulista em parceria com a ONG( Organização não Governamental) Amigos da Escola, que implementaram o projeto " Pequeno Consumidor" em algumas escolas da capital paulista, porém, é necessário maior apoio governamental para ocorrer adesão no âmbito nacional. Portanto, faz-se necessário a ação conjunta entre sociedade civil e governo perante atual situação. Cabe em uma medida a curto prazo, a votação do projeto de emenda constitucional na base comum curricular para criação da matéria " Educação financeira", ministrada do ensino fundamental ao médio, contemplando conteúdos lúdicos para entendimento de cada idade para o consumo consciente, somado a isso, a interdisciplinaridade com a matéria de Matemática Financeira para entendimento do funcionamento de juros e etc. E em uma medida a longo prazo,a parceria entre Banco Central e Ministério da Fazenda para valorização da poupança com maior rendimento anual, utilizando de subsídios governamentais. Contudo, é necessário a movimentação da sociedade através de manifestações cobrando as devidas medidas a serem implementadas.