Atualmente, o Brasil enfrenta uma crise política e econômica. Com elas, problemas como desempe inadimplência tornam-se evidentes. De acordo com um estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), 85% dos brasileiros realizam compras sem planejamento, fazendo com que as dívidas se acumulem. Toda essa deficiência na educação financeira é uma consequência do sistema capitalista e da falta de planejamento da população. A partir do século XIX, no qual as Revoluções Industriais proporcionaram um aumento na produção de bens, a sociedade é estimulada a consumir mercadorias mesmo sem haver necessidade. Isso é observado na pesquisa do SPC ao verificar que 40% da população adquire produtos por impulso, ação estimulada pela baixa autoestima dessa. Aliada à essa perspectiva enraizada na sociedade, houve, no Brasil, uma política de facilitamento de crédito no início do século XXI com a diminuição de impostos ou até a isenção desses de certos artigos. Com isso, a população teve um maior acesso a mercadorias, aumentando o consumo. Porém, a aquisição desses produtos foi feita de maneira desordenada, pois, como mostra a pesquisa do SPC, a maioria da população não planeja seus gastos mensais. Assim como os pais, as crianças crescem sem ter contato com uma educação sobre as suas finanças, fazendo com que um ciclo vicioso se forme, tendo novos adultos inadimplentes no futuro, que alimentaram o sistema capitalista. Somente em um momento de crise como agora, as crescentes dívidas falirão diversos setores, causando uma bancarrota generalizada. Portanto, a falta de educação financeira é uma questão estrutural e cultural. Para que haja mudança são necessárias ações conjuntas de instituições como a escola, o governo e a mídia ao divulgar o planejamento financeiro familiar, aliado à educação infantil sobre o tema, explicando a importância de se controlar gastos e poupar para momentos essenciais. Com tais medidas, poderá haver um retrocesso da cultura capitalista, adquirindo apenas o indispensável e o que se pode comprar.