Em meados de 2009, o governo norte-americano lançou mão de uma política de favorecimento de crédito na compra de casas. Entretanto, grande parte dos cidadãos beneficiados utilizou o crédito de forma excessiva, não podendo arcar com os custos. Esse fato levou diversos bancos à recessão nos EUA, com consequentes desemprego massivo e a quebra da Bolsa de Nova York. Esse episódio traz à tona a importância de se utilizar as finanças de forma responsável. Aqui no Brasil, ainda não existe o uso consciente do dinheiro em boa parcela da população, uma vez que existem falhas na educação escolar e na familiar. Grande parte dos brasileiros não possui os alicerces necessários para uma administração orçamentária adequada. No currículo escolar não há uma matéria que aborde especificamente a economia individual. A consequência imediata é o fato da maioria dos cidadãos não saber como gastar próprio dinheiro responsavelmente. Conforme pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito, 85% da população não realiza um bom planejamento das compras, gastando mais do que é adequado. Não obstante, a educação familiar também falha na condução das crianças ao uso consciente do dinheiro. Haja vista que os adultos não receberam a orientação financeira devida nas escolas, seus filhos acabam não sendo ensinados a como usar o dinheiro de maneira responsável. Isso se configura uma adversidade ao país, pois as atuais crianças terão as suas próprias rendas no futuro. É preciso uma conscientização infantil eficiente, como disse o filósofo Jean-Jacques Rosseau disse: “A educação das crianças é um ofício em que é necessário saber perder tempo, a fim de ganhá-lo”. Portanto, é fundamental que medidas salutares sejam tomadas, com intuito de se atenuar a problemática. O Ministério da Educação deve incluir no currículo do ensino fundamental uma matéria que alerte os alunos para a relevância do uso adequado do dinheiro. Em consonância, faculdades ligadas ao saber econômico, como a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Instituto de Economia da UFRJ, precisam realizar palestras públicas, conscientizando a população para a relevância do uso responsável das finanças. Dessa forma, o Brasil poderá remediar o problema da deficiência na educação orçamentária.