Contas em atraso. Cheque especial. Juros nos Cartões de Crédito. Inúmeras vezes estas já foram manchetes dos jornais brasileiros. Apesar disso, algo que deveria parecer tão absurdo tornou-se tão rotineiro que já nem assusta. Poucos são os brasileiros que não têm o “nome sujo na praça”. Basta ir até o Shopping Center mais próximo para entender do que se trata o assunto. E não é preciso procurar muito: Adultos a comprar descontroladamente servindo de exemplo para crianças que, como os primeiros, não aprendem o valor do dinheiro. Tal exemplo, aliado à quase nula educação financeira nas escolas do país gera o que foi descrito no primeiro cenário. Crianças crescem sem aprender como funciona um planejamento financeiro e se tornam adultos inconsequentes e impulsivos quando se trata de comprar, o que quer que seja. Muitas delas vão aprender, como os adultos dessa geração, que o décimo terceiro salário não funciona como um “extra”: está destinado, desde o início do ano, às contas que não puderam ser pagas até então. Apesar de tudo o que foi observado, não é necessário esperar que o público alvo atinja a maioridade para que seja possível notar toda a problemática envolvida desde cedo: crianças que só deveriam estar preocupadas com a própria diversão estão, ao contrário, cada vez mais “em dia”, com as tecnologias atuais principalmente-mesmo porque, a esta altura, já não se contentam com pouco mais que o necessário: nunca aprenderam a se contentar e exigem cada vez mais, financeiramente, de seus pais, a qualquer custo. A diminuição desta problemática seria possível com a adoção de medidas governamentais tais como a implantação da economia doméstica como matéria permanente na grade curricular dos alunos de escolas públicas e privadas do país, desde o ensino fundamental. Aliado a tal medida, seria importante que os pais dos alunos fossem orientados a deixá-los responsáveis por uma decisão econômica importante para o lar, por semestre. (Ainda que pareça muito tempo, seria o suficiente para que a criança responsável pudesse observar o que não deu certo e corrigir quantas vezes fosse necessário). Quanto da renda mensal da família poderia ser utilizada na alimentação, no lazer e na manutenção do lar são bons exemplos de como a criança poderia aprender a futuramente ponderar seus gastos e adaptá-los a seus ganhos. Assim, se tornariam os adultos responsáveis de que a próxima geração precisa.