A Alemanha se sobressai por ter adotado,nas últimas décadas,a chamada economia de mercado social.Nesse sistema,os bancos regionais tem maior liberdade para administrar e conceder crédito para os agentes econômicos resultando em um crescimento sólido da economia,em conjunto ao baixo índice de desemprego.A peculiaridade desse modelo reside no fato da economia alemã não ter se inserido em ciclos inflacionários,o que deve-se,sobretudo,à educação financeira da população,que é uma das chaves para a estabilidade socioeconômica.Esse fator é o aspecto que explica o fato do desenvolvimento alemão ser constante,enquanto no Brasil ocorre alternado a crises,uma vez que os brasileiros não possuem ao menos noções básicas de economia e finanças.Uma educação financeira deficiente é prejudicial ao futuro do país,isto porque além de desestruturar a vida dos indivíduos,impede o desenvolvimento. É importante pontuar,de início,as consequências da falta de conhecimentos financeiros sobre a população.De acordo com dados provenientes do Serviço de Proteção ao Crédito(SPC), cerca de 85℅ das pessoas,antes de realizar as compras,não fazem um balanço concreto acerca dos preços,juros e condições de pagamento vigentes no mercado; isto significa que , na maioria das vezes,os consumidores agem somente por impulso sem levar em conta o fato do orçamento permitir ou não tais aquisições,o que acaba conduzindo à situação de inadimplência,pois o orçamento ficará desestruturado.Ademais,tem-se a intrínseca relação entre uma educação financeira frágil e a ocorrência de fraudes.Isto porque as pessoas tornam-se suscetíveis a acreditar em formas de investimentos e aplicações que prometem ganhos exorbitantes,mas que na verdade são ações por parte de grupos criminosos que visam extorquir os indivíduos.Como reflexo disso,nos últimos anos,houve um aumento na quantidade de denúncias relativas a crimes financeiros. Em segundo lugar,a baixa educação financeira torna-se um entrave para o desenvolvimento econômico do país.Isto pelo fato dos brasileiros estarem pouco familiarizados com os mercados,a poupança interna bruta,que consiste na soma dos recursos depositados pelos agentes econômicos,é pequena,pois as pessoas não possuem hábito de investir e poupar parte dos rendimentos.Essa conjuntura impede a produção de riquezas por meio dos recursos internos,uma vez que os programas de investimentos governamentais direcionam esses recursos para diversos setores; habitação; saneamento; indústria;etc,o que sob uma baixa taxa de poupança,tais iniciativas ficam inviáveis.Outro aspecto que requer uma discussão,reside no fato da ausência de conhecimentos financeiros dificultar o diálogo entre a população e o Governo,pois em momentos de turbulência econômica,as pessoas não irão conseguir compreender a necessidade e a importância das possíveis medidas de austeridade que venham a ser implementadas,o que abala a popularidade do governo e , consequentemente,a estabilidade das instituições. Dessa forma,diante dos argumentos supracitados,tem-se a conclusão de que a educação financeira é um componente essencial para o progresso de qualquer nação.Segundo Gilberto Freyre,"o ornamento da vida está na forma como o país trata as suas crianças"; sendo,assim,o Ministério da Educação (MEC) deve implementar uma resolução que obrigue as escolas públicas e privadas instituírem a educação financeira na grade curricular de ensino.Em adição ,as mídias devem veicular campanhas governamentais com intuito de instruir a população acerca da importância da educação financeira e como lidar com o orçamento doméstico,o que,evidentemente,faria do Brasil uma economia sólida e estável.