Título da redação:

Por um cidadão responsável

Tema de redação: A deficiente educação financeira no Brasil

Redação enviada em 17/09/2016

No Brasil, organização financeira não é um hábito para a maior parte da população que, entregando-se a financiamentos sem adequada análise das taxas de juros, compras por impulso e ao abandono de qualquer forma de investimento fixo, apenas concorrem para a fragilização de sua segurança econômica e, num amplo aspecto, do próprio sistema financeiro nacional. Acentua-se a necessidade de uma real educação relativa à administração de recursos e de suas consequências para a vida dos brasileiros. Em primeira análise, existe a negligência tanto da família quanto dos sistemas educacionais na construção dos fundamentos do manejo com bens monetários. A primeira desonera-se da função devido a uma cristalização dos temas relacionados ao uso do dinheiro, subestimando a capacidade da criança e do adolescente em compreendê-los com acurácia, enquanto os segundos, priorizando uma educação metodológica e conteudista, afastam-se dos conhecimentos mais úteis e empregáveis na vida do jovem adulto. Em segunda análise, entra a questão do excessivo intervencionismo do Estado nas questões de organização financeira da população. Altos descontos de FGTS, INSS e outros encargos trabalhistas impostos pelo governo, assim como a criação de diversos programas assistencialistas para momentos de vulnerabilidade econômica dos indivíduos, acabam desresponsabilizando-os da administração de suas próprias finanças. Entretanto, quando o Estado entra em colapso, seja político, econômico ou social, essa responsabilidade retorna para mãos despreparadas desde a infância. Em síntese, vemos que o cerne do problema reside, primeiramente, na falta de diálogo com o núcleo familiar e de preparação na escola e, em segunda instância, na demasiada assistência do governo na organização da vida dos cidadãos. Um primeiro passo no sentido de preparar o futuro trabalhador e consumidor seria a implantação, desde o ensino básico, de aulas de empreendedorismo nas escolas, articulando não somente com o aluno, mas também com família. Em seguida, fazer uma revisão consciente e com ampla participação popular das legislações trabalhistas e previdenciárias praticadas atualmente no país, objetivando torná-las ferramentas reais de manutenção do bem-estar social.